A principal competição de base do Brasil começou na quinta-feira (2) e um fato curioso vem chamado atenção de torcedores e espectadores do torneio neste ano. Alguns clubes estão utilizando fitas em seus uniformes na Copinha.
Isto ficou evidente já no segundo dia de competição, com o São José, que acabou derrotado para o Vitória. O time de Porto Alegre utilizou fitas na parte central e nas costas da camisa com o intuito de tapar um de seus patrocinadores e evitar punições. Inclusive, ao longo do jogo, pode-se perceber que algumas fitas desgrudaram, fazendo com que o patrocínio inevitavelmente aparecesse. No segundo tempo, novas fitas foram reforçadas no uniforme.
Abaixo, Zero Hora explica o porquê isso vem ocorrendo na Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Decisão do Governo
A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda decidiu proibir a presença de empresas de apostas esportivas em todas as partidas da Copinha.
A decisão foi divulgada no final de 2024 em nota técnica da Secretaria, que se baseou na lei 14.790/2023, que regulamentou as apostas no Brasil, para proibir o envolvimento das bets na Copinha. A legislação veta expressamente como objeto de apostas os eventos esportivos de categorias de base.
O entendimento é de que, por ser uma competição em que a maioria dos atletas são menores de idade, a presença destas seria prejudicial a esse público em vários aspectos. Segundo a nota técnica do Ministério da Fazenda: "são vedadas as ações de comunicação, de publicidade e propaganda e de marketing, bem como de patrocínio, dado o potencial de participação simultânea, em um mesmo evento, de maioria de adolescentes (...)".
Com isso, as muitas as equipes participantes do torneio que acumulam patrocínios de bets tiveram que agir rapidamente. Alguns conseguiram confeccionar novos uniformes em tempo. Já outros, como é o caso de São José, tiveram que improvisar, tapando os patrocínios com fitas.
Punições
Em caso de não cumprimento da regras, os clubes poderão sofrer sanções, que serão definidas exclusivamente pelo Governo Federal. Não cabe, portanto, à Federação Paulista de Futebol (FPF) controlar qual clube deve ou não ser punido e qual será o nível da punição.
No entanto, o Governo também não especifica como serão dadas essas possíveis sanções. Da mesma forma, em sua nota técnica, não cita casos em que os patrocínios das bets acabam ficando evidentes de maneira não intencional — com as fitas descolando, por exemplo.