Ao alinhar a Sauber no grid de largada do GP da Austrália, em 16 de março de 2025, Gabriel Bortoleto vai encerrar um jejum do Brasil que não conta com um representante a iniciar um campeonato da Fórmula 1 como titular desde Felipe Massa, em 2017.
O feito, porém, está longe de satisfazer o piloto de 20 anos que chega à principal categoria do automobilismo mundial após conquistar os títulos da Fórmula 3 e Fórmula 2 de maneira consecutiva.
— Estou feliz por representar meu país, mas isso não me satisfaz inteiramente. Quero representar meu país e ir bem, mas quero vencer corridas no futuro, lutar por coisas importantes— diz Bortoleto, que garante estar ciente de um período de aprendizado.
Ambicioso, especialmente após os títulos nas categorias de acesso, ele quer mais do que apenas participar das provas.
— Primeiro preciso melhorar como piloto e progredir na F-1. É a coisa mais importante para mim agora. Meu objetivo é maior do que isso. Não estou feliz apenas sendo um piloto de Fórmula 1. Quero poder lutar por coisas e deixar meu país orgulhoso de tudo que posso conquistar — projeta.
Ser anunciado no início de novembro como piloto da Sauber é o ápice de uma ascensão rápida. O brasileiro estreou em monopostos em 2020. Chegou à Fórmula 3 em 2023, arrasando como novato e conquistando o título no primeiro ano.
Deu sequência com novo título como novato, desta vez na Fórmula 2, neste ano. Com isso, o brasileiro se tornou o quarto piloto a ser campeão consecutivamente da F-3 e F-2, depois do monegasco Charles Leclerc, do britânico George Russell e do australiano Oscar Piastri.
— Para mim, é uma honra estar entre esses nomes. Esses pilotos são vencedores de GPs na Fórmula 1 e fortes candidatos a futuros título, então para mim é um privilégio fazer parte dessa lista — afirma Bortoleto.
O brasileiro diz que esses pilotos são uma inspiração para os mais jovens. Leclerc, na Ferrari, terminou o último Mundial de pilotos na terceira colocação, enquanto Piastri foi o quarto na McLaren, e Russell, o sexto, com a Mercedes.
— É bom fazer parte deste clube. Agora é olhar para frente e ver o que posso fazer na F-1 também— disse o piloto, que já tem a consistência com uma marca registrada.
Na F-3, ele deixou de pontuar apenas três vezes em 14 corridas, enquanto na F-2, Bortoleto terminou apenas uma vez fora do top 10 ao longo do ano, após três abandonos no início da temporada.
— Não foi fácil. Tem sido muito trabalho duro da equipe, meu e dos meus companheiros de equipe. Não sei quantas horas de simulador fizemos nesses dois anos. Não é uma coincidência e acho que isso agora é resultado do trabalho duro do meu lado e do lado da equipe.