O nome de Guilherme Arana mais uma vez aparece envolvido em clubes gigantes da Europa, como o Paris Saint-Germain. Querendo fazer história defendendo as cores do Brasil após a frustração de perder a Copa do Mundo do Catar por grave lesão no joelho, o lateral-esquerdo não quer saber do assédio europeu, garante estar bem no Atlético-MG e disposto apenas a se firmar defendendo o País.
—Sinceramente, eu vi algumas notícias, mas até o momento não chegou nada. Sempre tive o sonho de jogar no futebol europeu, tive uma primeira passagem não tão boa (no Sevilla), mas serviu de aprendizado. Estou bem tranquilo, muito feliz no Atlético e na seleção brasileira, focado no trabalho aqui e deixo proposta e interesses para meus empresários e família. A cabeça está voltada aqui — afirmou o lateral, titular os 90 minutos contra o México e esperando ganhar sequência de jogos apesar da sadia disputa com Wendell.
O jogador de 27 anos ressaltou a renovação no elenco brasileiro.
— Temos um grupo jovem, contra o México começamos bem, depois, claro, pela falta de entrosamento, o clima quente, caímos, mas com organização, paciência e também com espírito de brigar pela vitória até o fim fomos felizes. Vivo um excelente momento no meu clube e isso gera confiança grande. Espero fazer aqui na seleção a mesma coisa para me firmar e voltar cada vez mais — disse o lateral revelado pelo Corinthians.
Sobre a possibilidade de Dorival Júnior mexer na escalação diante dos Estados Unidos, nesta quarta-feira - a defesa atuou o tempo todo diante dos mexicanos, no triunfo por 3 a 2 com gol no fim, no sábado -, Arana vê como natural.
—Basicamente, é uma disputa sadia e todos querem seu espaço. Tem a irmandade fora de campo, todo mundo se respeita e se dá bem. Estamos aqui para elevar o nível da seleção brasileira, independentemente de quem joga, precisamos estar bem preparados porque vamos necessitar de todo mundo— explicou o ex-jogador de Sevilla-ESP e Atalanta-ITA.
— Aqui eu já conheci o Alex Telles, o Alex Sandro, e o Wendell agora, são caras sensacionais, ele é super gente boa, a concorrência me ajuda e estamos correndo juntos pela posição. Claro que quero jogar, mas trabalhamos para quando sair, ser todo mundo amigo e se abraçar. Na seleção, todo mundo vai vencer junto ou perder junto se tiver de perder. O importante é se respeitar sempre, pois tem disputa sadia em todas posições. Todos querem jogar e o importante é o respeito um pelo outro— comentou.
Diferentemente de 2022, quando fazia muitos planos para a Copa do Mundo do Catar, Arana agora prefere viver um dia de cada vez. Nada de pensar no futuro para evitar nova decepção.
— Estamos em reformulação. Claro que temos alguns jogadores com mais minutos e mais convocações e isso se torna o mais importante para jovens que estão chegando, mas esse (Copa do Mundo) não é o papo. E tenho frustração sobre comentar antes da hora, criei expectativa gigantesca na cabeça, aconteceu tudo o que aconteceu e agora procuro só trabalhar para merecer chegar onde sempre sonhei—falou, relembrando da lesão que o tirou do Catar - rompimento multiligamentar do joelho esquerdo.
—Após uma lesão muito grave como essa, passam diversas coisas pela cabeça. Você acha que não é possível voltar a jogar em alto nível. Criei muitas dúvidas durante o processo da lesão, mas tive estrutura, a família, amigos de clube e até de rivais me incentivando e passando força e felizmente consegui voltar em alto nível no clube e depois representar meu País, que tenho muito orgulho. Estou muito feliz de ganhar outra oportunidade—concluiu o campeão olímpico nos Jogos de Tóquio.