Pela segunda rodada da Champions League asiática, o Al-Ittihad se recusou a entrar em campo para o duelo contra o Sepahan, do Irã, nesta segunda-feira (2). O motivo foi a presença de uma estátua do ex-general iraniano Qasem Soleimani na entrada do gramado do Estádio Naghsh-e Jahan, que contava com 60 mil torcedores nas arquibancadas.
A imprensa local indicou que o Ittihad estava disposto a jogar caso a estátua de Soleimani fosse retirada do gramado. Os administradores do estádio não se dispuseram a aceitar o pedido, e o clube saudita manteve a decisão de não ir para a partida.
Nenhuma das equipes se manifestou sobre o caso até o momento. A Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês) informou apenas que a partida "foi cancelada devido a circunstâncias imprevistas".
Quem foi Qasem Soleimani
O major-general era visto como a segunda pessoa mais poderosa do Irã, depois do aiatolá Khamenei. Desde 1998, Soleimani liderava a Força Quds — unidade de elite da Guarda Revolucionária iraniana, que administrava operações clandestinas no exterior.
Em abril de 2019, o ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, declarou a Força Quds como organização terrorista estrangeira. A Arábia Saudita já enxergava Soleimani como um terrorista e rival do país, por ter matado diversos sauditas em operações da Guarda Revolucionária do Irã.
O ex-general foi morto em 2020, aos 62 anos, após ataque aéreo dos Estados Unidos ao aeroporto de Bagdá, no Iraque. Sua morte aconteceu quando sua comitiva deixava o aeroporto de Bagdá, junto a integrantes de uma milícia iraquiana aliada do Irã, em um bombardeio ordenado pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump.