O jornal italiano Corriere della Sera divulgou, nesta quinta-feira (19), um documento que acusa a Juventus de fraude fiscal em um acordo com o atacante português Cristiano Ronaldo. O contrato do jogador adiava quatro meses do salário quando esteve no clube, porém, houve controvérsias relacionadas a este pagamento.
O Ministério Público da Itália teve conhecimento do documento, denominado como "carta secreta", no qual revelou que a equipe de Turim pagaria cerca de 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 112,6 milhões na cotação atual) a Ronaldo. O valor é equivalente a quatro meses de salário do craque, que hoje está no Al Nassr, da Arábia Saudita.
O grande problema desta carta é que a Juventus não incluiu a cotação financeira no balanço anual. Segundo o clube, havia acordo para redução salarial dos atletas para amenizar os gastos enquanto a pandemia de covid-19 afetava a economia. Porém, o MP descobriu que o acordo não era sobre a renúncia a parte dos salários acordados, mas, na verdade, se tratava do adiamento de três dos quatro meses acordados com Ronaldo — março a junho de 2020.
O documento em questão foi apreendido pelas autoridades italianas em 23 de março de 2022, conforme diz a imprensa local. As buscas foram realizadas na sede da Juventus e, assim, foi descoberto que o acordo foi assinado pelo diretor esportivo da época, Fabio Paratici.
A investigação começou em novembro de 2021. A irregularidade no documento secreto entre a Juventus e Ronaldo se deu quando o clube apresentava à liga os contratos com redução de salários.
A Juventus enfrenta diversas acusações na sua história, a mais recente, a investigação Prisma, que se trata do pagamento de indenizações a agentes de futebol por operações (transferências de jogadores) que nunca aconteceram. Paraciti, inclusive, é um dos alvos da ação.
*Com informações do ge.globo.