O ano de 2022 foi de volta ao caminho de glórias para as gurias do Juventude. Com uma reformulação no grupo de atletas e mudanças na comissão técnica, as Esmeraldas conquistaram duas vitórias no Brasileirão sub-20, disputaram o Brasileirão A-3 e foram campeãs do Interior no Gauchão Feminino — com direito a marcas históricas.
Agora, o Ju se prepara para a próxima temporada. Em 2023, as Esmeraldas voltarão a disputar essas três competições. O objetivo é fazer uma boa campanha na A-3, em busca do acesso. Para isso, a ideia é a manutenção da comissão técnica e do grupo de atletas.
Para projetar o próximo ano, GZH conversou com o presidente Fábio Pizzamiglio, do Juventude. Da permanência da comissão técnica, até os objetivos para 2023, passando pelos recursos para o departamento e os jogos no Alfredo Jaconi, tudo foi abordado com o mandatário alviverde. Confira abaixo.
Departamento mantido mesmo com o rebaixamento do masculino
— A gente nem chegou a pensar em não ter o feminino. Depois que montamos o departamento, e neste ano bem melhor estruturado, a ideia é manter sempre. Cada vez mais o futebol feminino é necessário pelo que representa. Então, com obrigatoriedade ou não, o Juventude vai continuar com o departamento feminino. Estamos fazendo um esforço grande e mesmo tendo 1/4 da receita que tivemos neste ano de 2022, vamos manter a receita, buscar outras formas de fazer acontecer, e investir no feminino, com obrigatoriedade ou não.
Manutenção da comissão técnica e do elenco
— Ontem (terça-feira) fizemos uma reunião com a diretoria do feminino, mas ainda não havia sido definida a verba do próximo ano. Vamos tentar manter os valores que tivemos neste ano, mesmo tendo um orçamento bem menor. E a princípio queremos manter a comissão e o máximo possível deste time, que deu muito certo neste ano.
Investimento para 2023
— A gente só vai poder divulgar os valores quando tivermos o orçamento aprovado pelo conselho. Mas neste ano de 2022, por parte do clube, foi investido cerca de R$ 500 mil.
Com obrigatoriedade ou não, o Juventude vai continuar com o departamento feminino
FÁBIO PIZZAMIGLIO
presidente do Juventude
Evolução de 2021 para 2022
— Eles (comissão técnica) vestiram a camisa que é o que o grupo precisa para ser vencedor. Tomaram como algo pessoal, cada um dando seu máximo, para passar essa ideia para as jogadoras. Todo mundo abraçou e a gente brinca que foram os 110%. Isso temos de manter, não é algo só profissional, trabalha com emoção, com amor e por isso deu resultado. Até por isso que tentamos manter o maior número de pessoas para 2023.
Busca por patrocínios
— Estamos tentando aumentar os patrocínios, porque o Juventude acabou tendo um desembolso em outras áreas para poder fazer o feminino. Com este resultado bom deste ano, a comunidade está abraçando mais. Estamos em conversa com algumas empresas, mas esperamos que aumente o orçamento do feminino baseado neste apoio da comunidade. Tivemos algumas procuras já, mas ainda não temos nenhum patrocínio fechado para o ano que vem. Estamos em conversas.
Objetivos para 2023
— A régua sobe, mas a gente precisa, antes, tentar manter o grupo porque quando a gente vai bem tudo inflaciona (risos). Então, primeiro é manter o nível atual, mas conversando com o (Francisco) Rech (diretor do departamento), a ideia é uma boa campanha na A-3 e tentar subir.
A ideia é uma boa campanha na A-3 e tentar subir
FÁBIO PIZZAMIGLIO
presidente do Juventude
Apoio do torcedor no Jaconi
— Foi acima do esperado (o público no jogo das gurias) e acho que isso serviu sim para que as marcas entendessem que o futebol feminino tem engajamento, tem apoio. É uma competição, um esporte que está cada vez mais bonito, um jogo que é bom de se ver. É algo que talvez para a comunidade de Caxias do Sul seja novo. Tivemos no ano passado (o futebol feminino), mas acabou morrendo por muitos anos. Então, a torcida serviu para mostrar para as empresas que tem um público diferente. Vimos que quem veio naqueles jogos não são os frequentadores do Jaconi, aqueles que vêm sempre aqui. Então, dá para a parte comercial também ser atingida. É bom servir o Jaconi para os jogos das meninas, foi uma surpresa boa (a grande presença de torcida).
Mais jogos no Jaconi
— Tudo depende do calendário. Sempre que for possível, a gente consegue fazer. Temos um investimento grande para abrir o Jaconi, não é a mesma coisa do que fazer um jogo na Fras-le, na Randon, mas para aproximar a torcida vale a pena. Então, quando for possível, sim.
Jogos na Fras-le e no Municipal
— Sempre com parcerias (os jogos nesses locais), a gente tenta ter o mínimo de custo possível, até para fazer o futebol feminino acontecer. O Grupo Randon nos ajuda. Às vezes, sim, temos algum aluguel. E o Municipal, a prefeitura nos cede quando possível.