Na sala de troféus do Atlântico estão as conquistas do Mundial, da Libertadores, da Taça Brasil, do Estadual Série Ouro, da Superliga e de várias outras competições. O clube já venceu quase tudo no futsal. Mas para tirar esse "quase" do tudo, falta uma só. E como faz falta. A Liga Nacional é a obsessão do time de Erechim. Neste domingo, pela terceira vez em sua história, tem a chance de ser campeão brasileiro. A partida contra o Corinthians está marcada para 11h30min.
O Corinthians venceu o jogo de ida por 6 a 2. Não há saldo de gols em futsal. Assim, para ser campeão da Liga, o Atlântico terá de vencer no tempo normal e pelo menos empatar na prorrogação. Aos paulistas servem vitória ou empate nos 40 minutos regulamentares ou ainda vitória no período extra.
O Caldeirão do Galo vai ferver, com o perdão do óbvio trocadilho. Todos os ingressos foram comercializados e a expectativa na cidade é gigante. Até mesmo pela presença da Fiel nas arquibancadas, a manhã do domingo tem tudo para ser especial.
— Fizemos todos os ajustes. E agora espero que domingo a gente conquiste o troféu que falta para a galeria do Atlântico — disse o técnico Thiago Raupp.
Ainda existem, na cidade, as cicatrizes pela decisão de 2018. Naquele ano, contra o Pato, o Atlântico também precisava ganhar no tempo normal e empatar a prorrogação para ser campeão. Tudo corria bem até o gol dos paranaenses a um minuto do fim. A final anterior, em 2005, havia terminado em igualdade em Erechim e o Malwee, de Falcão, venceu em Santa Catarina por 3 a 2.
A curiosidade é que, desta vez, a chegada do Atlântico à final surpreende. A equipe não está no top-10 de investimento financeiro da Liga Nacional. Terminou a primeira fase em nono. É um grupo de jogadores jovens, de pouca experiência, e que cresceu ao longo da competição. E que voa quando joga em Erechim.
— Ganhamos todos os jogos em casa. O fator local pesa muito nesta hora, não só pela torcida mas também pela quadra, pelo formato, por tudo — afirmou Raupp.
Se os carrascos anteriores, Malwee e Pato-PR, eram potências do futsal, o adversário deste domingo não fica por menos. O Corinthians é um dos maiores clubes do Brasil — e não só no futebol masculino. Está no Parque São Jorge o melhor time feminino do país. A equipe de basquete está em oitavo no NBB. E ainda há modalidades como remo, natação, handebol, skate, entre outros. O assunto é tão sério que o Corinthians tem um departamento de esportes terrestres.
Na quadra, a equipe tem nomes conhecidos. O mais badalado é Deives, gaúcho de São Leopoldo, 37 anos, goleador da Liga Nacional em 2012, campeão com o próprio Corinthians em 2016. O outro gaúcho do time é Rodrigo Canabarro, autor de um dos gols do jogo de ida da decisão. Mas para a comunidade erechinense, há outro jogador que merece atenção, apesar de não ser nascido no Estado. O fixo Allan, paulistano, jogou três anos no Atlântico e faz parte da seleção da Liga Nacional de 2022. Eles representarão a torcida corintiana, que ficará em um canto da arquibancada, mas se fará presente.
É contra esta potência toda que o Atlântico busca o título inédito. E a retomada também do RS no topo do pódio, o que não ocorre desde 2015. O Estado ainda é o maior vencedor, mas o hiato é grande. A Rádio Gaúcha transmitirá a partida, assim como o SporTV. Não há programa melhor para a manhã de domingo.
Ficha técnica
Liga Nacional de Futsal — Final (volta)
- Atlântico: João Paulo, Jedi, Grillo, Rick e Serginho; Jackson, Erick, Mazetto, Renato, Guilherme, Guto, Ricardo, Chape e Éwerton. Técnico: Thiago Raupp
- Corinthians: Lucas Oliveira, Tatinho, Deives, Henrique e Allan; Reservas: Vandeson, Lé, Bazzinho, Canabarro, Levy, Lucas Martins, Kaue, Vini e Yan. Técnico: Deividy Hadson
- Local: Caldeirão do Galo, Erechim
- Início: 11h30min
- Arbitragem: Apitam Alexandre Campos e Bruno Correa (ambos de SP). Os gaúchos Telmo Moraes Teixeira e Charles Alberto Corrêa são os reservas.
- Transmissão: a Rádio Gaúcha abre a jornada às 11h. Acompanhe a Jornada Digital em GZH. O SporTV anuncia transmissão.