Nesta sexta-feira (2), a Corregedoria-Geral da Brigada Militar anunciou, em coletiva de imprensa, a conclusão do inquérito do caso do torcedor Rai Duarte, do Brasil-Pel. A BM revelou que, em 1º de maio, o funcionário público de Pelotas foi agredido por policiais do 11º Batalhão de Polícia Militar após partida da equipe pelotense contra o São José, no Passo D'Areia, em Porto Alegre. Dez policiais foram indiciados por crimes de tortura e lesão corporal. Outro responderá por tentativa de homicídio.
Em virtude das lesões que sofreu, especialmente no intestino, Rai ficou 116 dias internado no Hospital Cristo Redentor. Foram mais de dez cirurgias. Durante a coletiva, o corregedor-geral da Brigada Militar (BM), Vladimir Luís Silva da Rosa, explicou que, ao todo, 17 policiais militares foram investigados. Os nomes dos envolvidos no processo seguem em sigilo de Justiça.
— Entre policiais militares e cidadãos civis, foram ouvidas 75 pessoas durante a investigação. Ainda assim, restam algumas medidas cautelares a serem cumpridas, que fazem parte do trâmite administrativo e burocrático, tendo em vista a magnitude do inquérito — afirmou Vladimir.
O corregedor informou que, em decorrência das identificações criminais, o caso será encaminhado para a Justiça Militar e ao Ministério Público, onde ocorrerá um processo administrativo de cunho demissionário, além das demais investigações penais.
— A conduta dos militares extrapolou todas as normas legais da corporação. A Brigada Militar procurou sempre a verdade e, principalmente, buscar a justiça — completou.
Rai Duarte foi internado em 1º de maio com um corte no abdômen, que afetou o intestino. Foram 47 dias na UTI do Hospital Cristo Redentor, em estado de coma induzido.