Demitido do Pinheiros em novembro de 2019, o ginasta Angelo Assumpção fez um desabafo na noite de segunda-feira (31) nas redes sociais questionando o motivo pelo qual não é mais contratado por nenhum clube, após ter declarado publicamente ser vítima de racismo.
— Eu juro que queria entender porque até hoje, não consegui achar um clube para treinar. Qual foi o crime que cometi para ser banido da ginástica?!!! Cadê as pessoas que disseram que iriam ajudar do meio esportivo, quando ficou (sic) sabendo do ocorrido? Um ano e meio e o racismo— postou o atleta.
Em 2019, Angelo declarou que foi discriminado em diversas situações no seu ex-clube, que negou as acusações.
— Quando eu comecei a fazer trança, ouvi discurso de que aquilo atrapalhava meu desempenho. Minha trança atrapalhava meu desempenho. Eu escutei isso dentro do Pinheiros. É muito complicado você estar se conectando, estar entendendo quem você é, e você recebe isso. Teve uma situação que eu estava todo de laycra preta e de shorts branco, e eventualmente uma pessoa disse que eu estava só de bermuda, entendeu? Então, são situações assim que para as pessoas são despretensiosas, não veem maldade, mas para a gente que vive isso todos os dias, que entende o que é um racismo estrutural, a gente se machuca demais — contou Angelo na época o atleta que hoje tem 24 anos.
Antes disso, em 2015, Arthur Nory, que viria a ser campeão mundial na barra fixa em 2019 e bronze no solo na Olimpíadas do Rio, em 2016, ao lado dos ginastas Fellipe Arakawa e Henrique Flores, apareceu em um vídeo cometendo injúrias contra Angelo, durante um treinamento da Seleção Brasileira. Nory se desculpou publicamente sobre o caso no ano passado, mas os dois, que antes eram amigos, não se falam mais.