O playoff melhor de três das semifinais da Superliga feminina de vôlei 2020-21 terá início nesta sexta-feira (26) com dois confrontos entre paulistas e mineiras. As partidas serão disputadas no Centro De Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema, no Rio de Janeiro, e terão transmissão ao vivo do SporTV 2.
Para evitar possíveis contágios do novo coronavírus, a CBV utilizará a mesma estrutura que já foi colocada em prática durante a Copa Brasil e o SuperVôlei e que serviu para as 16 etapas do Circuito Brasileiro de vôlei de praia, oito masculinas e oito femininas.
No primeiro jogo, o Osasco Vôlei entrará em quadra para defender uma longa tradição. Esta será a 19ª semifinal consecutiva da equipe paulista, que tem cinco títulos em 17 finais na competição.
— Disputar uma semifinal de Superliga é um momento sempre muito especial. Atravessamos um ano tão difícil e a nossa equipe pode se considerar vitoriosa, por tudo que passou nessa pandemia. Normalmente, esse seria o momento que teríamos a arquibancada lotada em Osasco, contando com nossos apaixonados e fiéis torcedores como nosso sétimo jogador, mas vivemos tempos que exigem adaptações e estamos na bolha em Saquarema para uma situação diferente das que eu disputei nesses meus 21 anos de Superliga — comenta o técnico Luizomar de Moura.
Campeão na temporada 2017-18, o Praia Clube entra em sua quinta semifinal seguida e conta com duas jogadoras que são as melhores de suas posições na competição. Camila Brait lidera as estatísticas entre as líberos com 79% de aproveitamento no passe, enquanto a central Mayany é a maior pontuadora em bloqueios, com 104 acertos.
— Osasco é uma equipe de muita qualidade e fez uma campanha muito regular. Elas têm um elenco que possibilita várias formações onde as três ponteiras (Gabi Cândido, Tainara e Jaqueline) se revezaram bastante. A Tandara é uma das melhores atacantes do mundo, elas têm três centrais fortes e a Camila Brait tem jogado muito bem. Vamos buscar tentar agredir bastante no saque e ter uma saída de jogo equilibrada. Será importante jogar no nosso melhor — projeta o técnico Paulo Coco.
Minas busca confirmar favoritismo diante de Bauru
Na segunda semifinal, o Minas Tênis Clube buscará confirmar a melhor campanha do torneio diante do Sesi/Vôlei Bauru. Até agora, o time comandado pelo italiano Nicola Negro soma 23 vitórias em 24 partidas, com apenas nove sets perdidos.
— Chegamos preparados para essa reta final da Superliga e é claro que também estamos prontos para encararmos um nível de jogo mais alto do que qualquer outro até aqui. Percorremos um caminho muito importante nos últimos meses, mas sabemos que contará só daqui para frente e os próximos jogos são fundamentais — comenta o treinador.
A equipe mineira tem como grande destaque a central Thaisa, que é a segunda maior bloqueadora do campeonato, com 96 pontos, e a quinta maior pontuadora com 314 acertos.
— O Sesi Vôlei Bauru é um time muito perigoso, tem um potencial de ataque muito forte. Sempre que jogamos contra elas, os jogos foram apertados. Então, vamos nos preparar para essa semifinal com máxima atenção e temos que tomar muito cuidado. Precisamos, pelo menos, manter o nível de jogo que tivemos até agora e, se possível, ser ainda melhores — avalia o técnico italiano.
O Sesi/Vôlei Bauru é o único time que precisou de três jogos para chegar às semifinais. A equipe paulista foi responsável pela eliminação do Sesc/Flamengo e conta com a força da oposta búlgara Polina Rahimova, terceira maior pontuadora do torneio com 373 pontos e dona do melhor saque, com 28 aces.
— A expectativa para a semifinal contra o Minas é a melhor possível. Esperamos um jogo difícil. O favoritismo pertence ao Minas pela campanha que realizou na temporada. Nós jogamos acreditando que está tudo zerado porque é uma semifinal. Sabemos da qualidade da equipe delas com muita velocidade e coletivamente muito forte. Vamos ter que contrabalancear isso para trazer a vitória para o nosso lado e a vaga para final. Teremos embates difíceis, mas acreditamos na nossa qualidade — afirma o técnico Rubinho.
Como funciona a bolha da CBV
Depois de enfrentar problemas durante os torneios masculino e feminino da Superliga, que tiveram diversos jogos com alteração de datas por conta da pandemia, que na temporada 2019-20 forçou o cancelamento da competição, que não teve um campeão, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) optou por montar uma super-estrutura em Saquarema, no formato de bolha.
Seguindo o protocolo elaborado pela comissão médica da CBV para esta fase final, cada equipe pode entrar no CDV, com no máximo 22 pessoas por delegação, num total de 88 integrantes entre os quatro finalistas.
Para evitar aglomeração no mesmo ambiente, a CBV realiza a alimentação com no máximo duas equipes por vez no restaurante, sendo que cada uma tem um buffet à sua disposição, a fim de evitar um contato maior. Este ambiente é reservado exclusivamente as equipes.
Todos os membros que compõe as delegações realizara testes prévios, sendo de antígeno swab ou RT-PCR, dentro do prazo de até sete dias antes da viagem. Na chegada ao CDV todos passaram por nova bateria de exames e, depois de liberados, só podem deixar o local no retorno às suas cidades.
— Tenho que parabenizar a CBV e os clubes por essa decisão pensando na segurança de todos os envolvidos na Superliga. Acredito que não teria um outro lugar nesse momento para finalizar a competição. Aqui é a casa do nosso vôlei e se respira voleibol o tempo todo —afirma o técnico Paulo Coco, do Praia Clube, que é auxiliar de José Roberto Guimarães na seleção brasileira feminina.
Além da exigência do uso de máscaras cirúrgicas em todo o momento – com exceção de treinos e jogos – a CBV disponibiliza álcool em gel em todos os ambientes e promove a higienização de todos os equipamentos, incluindo banco de reservas, bolas e rede, antes e depois de cada treino e jogo.
No total serão realizados 416 testes de covid-19 nos integrantes das quatro equipes e nos demais participantes da fase final da Superliga, incluindo árbitros e pessoal de staff. Todos tem à disposição cerca de cinco mil máscaras que foram adquiridas pela CBV.