Adversários neste domingo (24) pela primeira vez em um Gre-Nal, Abel Braga e Renato Portaluppi são bem conhecidos do ex-lateral-direito de Grêmio e Inter Gabriel. O ex-jogador foi comando pelos dois treinadores no Fluminense e voltou a encontrar Renato no Tricolor, em 2010. Em entrevista a GZH, o Gabriel apontou as semelhanças que vê nos dois técnicos e também a importância que ambos tiveram na sua carreira:
— Vejo bastante semelhanças nos dois, que foram os melhores treinadores que eu tive. As minhas melhores fases da carreira se deveram também a eles. Com o Abel fui o melhor lateral do Brasileirão em 2005. Depois, com o Renato, também tive ótima fase. Os dois são sensacionais no vestiário. Eles conseguem deixar o jogador à vontade, extrair o melhor que o atleta tem para dar . Eles conversam com os atletas, são parceiros sempre. Por isso, os times dirigidos por eles são tão vencedores.
Não por acaso, o filho do histórico ex-lateral-esquerdo do Corinthians Wladimir aponta os atuais técnicos de Grêmio e Inter como seus pais no futebol.
— O Abel me ensinou muito, eu tinha acabado de sair do São Paulo e ele foi um paizão. Eu colocaria o Renato como outro pai. Eu tive dois pais no futebol. Tem o meu pai e depois esses dois pais do futebol. Sempre foram muito ponta firme comigo. Os dois me davam liberdade para trocar ideias sobre o futebol, da vida e várias coisas que são importantes — completa.
No Grêmio, Gabriel atuou de 2010 a 2012. No ano seguinte assinou com o Inter após ter seu contrato encerrado com o Tricolor. Ele lembra de quando foi cobrado pela torcida colorada em um Gre-Nal por ter abraçado Renato em clássico disputado no Estádio Centenário, pelo Brasileirão.
— Com o Renato eu tive uma história engraçada em Gre-Nal. Ele voltou para o Grêmio e a gente jogou um Gre-Nal contra em Caxias do Sul. Na volta para o segundo tempo, antes de recomeçar o jogo, a gente conversou como amigos. A torcida do Inter não gostou e começou a pegar no meu pé porque a gente se abraçou. No fim, eu acabei sofrendo o pênalti e o D'Alessandro converteu. Era uma fase que eu já não me abalava com reclamação de torcida, mas mostrou o que é o sentimento do torcedor no Gre-Nal — recordou Gabriel sobre o Gre-Nal que ficou marcado pela comemoração de D'Alessandro fazendo um gesto de um binóculo por uma provocação feita por Renato antes do clássico.
— Eu, sinceramente, não me importei com a provocação. Eu acho que é super saudável, penso que falta isso no futebol. Isso apimenta o clássico. Quando estava no Grêmio provoquei o Inter, depois no Inter provoquei o Grêmio. Nos tempos de São Paulo sempre havia as provocações do Vampeta do Corinthians. Enquanto é saudável, penso que é algo que o futebol não deve perder essas provocações — completa.
Gabriel garante que guardou carinho por Grêmio e Inter e que segue torcendo para os clubes gaúchos. Essa torcida acabou fortalecida pelas presenças de Abel Braga e Renato Portaluppi nas casamatas. O ex-lateral, porém, ficará em cima do muro para o jogo de domingo.
— No Gre-Nal eu fico imparcial. Sempre que vejo jogo do Grêmio, torço para o Grêmio. Quando vejo do Inter, torço para o Inter. A não ser quando eles jogam contra o Fluminense, que é outro clube que eu tenho um imenso carinho. Espero que domingo seja um grande jogo. Eu estou na torcida pelos dois. Azar o deles, que corram para vencer — finalizou.