Apesar da distância de apenas 919 quilômetros de Wuhan, epicentro da pandemia de coronavírus, Hong Kong conseguiu conter a onda de contágio. Mais de quatro meses depois do primeiro caso reportado no mundo, o território de 7,4 milhões de habitantes registra pouco mais de mil casos e quatro mortes. Nos últimos 25 dias, apenas duas pessoas foram diagnosticadas com covid-19. Morador da região, o atacante gaúcho Everton Camargo, do Eastern, atribui os números baixos à consciência do povo local.
— O povo chinês visita muito Hong Kong, e o povo de Hong Kong visita muito a China. Para evitar essa circulação, o governo mandou fechar todas as fronteiras logo que ocorreu o primeiro caso. Além disso, as pessoas tiveram a consciência de respeitar o isolamento social. Quando chegaram os primeiros casos, os parques foram fechados e todo mundo se cuidava, usando máscara, evitando contato e ficando em casa — explica Everton.
Por conta da paralisação no campeonato de Hong Kong, o atacante passa as férias na sua cidade natal, Soledade, no interior gaúcho. O jogador lamenta que o povo brasileiro não esteja respeitando o distanciamento social da mesma forma que os asiáticos.
— Convivi diariamente com o povo de Hong Kong no início (da pandemia). O pessoal respeitou bastante o pedido do governo para evitar aglomerações. Isso foi importante para o país ter poucos casos. Aqui no Brasil, vejo que as pessoas não estão respeitando. Muita gente pensa que é uma brincadeira ou uma gripezinha — acrescenta Everton.
Apesar de ser um território da China, Hong Kong tem autonomia administrativa e possui uma seleção nacional e um campeonato próprio, totalmente independentes do futebol chinês. A liga local deve ser retomada em até três meses.
— Em Hong Kong, as pessoas já voltaram à vida normal. O futebol deve ser retomado em agosto. Faltam apenas oito jogos da liga e mais as finais das copas. Preciso voltar para lá até o final de junho. Mas o importante é que a vida em Hong Kong já voltou ao normal, graças à consciência das pessoas — finaliza.