
Mesmo sendo o técnico que levou o Racing ao título do Campeonato Argentino na última temporada, Eduardo Coudet não pode ser tido como um ídolo do clube. Pelo menos essa é a impressão que passaram alguns torcedores consultados pela reportagem de GaúchaZH nas ruas de Avellaneda.
Ao receber a proposta para treinar o Inter, Chacho, como é chamado, agradeceu e disse que não pretende deixar a equipe neste momento. Ao mesmo tempo, não foi claro se respeitará seu contrato, que se estende até junho de 2020. E, entre a torcida, sua permanência não é unanimidade.
— Creio que ele deva ficar, pelo menos até a Libertadores. Vem fazendo um bom trabalho, o time passou a apresentar muita intensidade com ele. Poderia usar mais os jogadores jovens, como fez no Rosario Central. Mas é um bom treinador — comentou Lucas Farroni, depois de comprar uma camisa de Lisandro López, ex-atacante colorado e um dos principais ídolos do Racing.
Na mesma linha, porém mais contundente, há quem mande até mesmo recado para a torcida colorada.
— Inter quer o melhor treinador do futebol argentino? Mas ele tem que ficar para a Libertadores. Que cumpra o seu contrato. Depois se vê o que vai acontecer — disse Luciano Alar.
Mas nem todos defendem Chacho. Na opinião de Tito Castro, que trabalha em um bar localizado à esquina do Estádio El Cilindro, a direção já poderia ir buscar outro comandante para o vestiário.
— Ele não tem sangue. É torcedor do Rosario Central e do River Plate, não do Racing. Não gosto dele. Por mim, já pode ir — disse ele.
Em um tom mais amistoso, David José Ferreira admite o fato de perder o treinador em 2020, mas se diz agradecido pelo título nacional conquistado na última temporada.
— Ele não quer falar muito, mas já se sabe que vieram buscá-lo. Vamos ver o que acontece no final do ano, mas eu penso que se ele quiser ir, que se vá. Se ele acredita que será bom para sua carreira, está bem. Fez um grande trabalho — comentou.
