O Bahia usará um uniforme que simula manchas de óleo na partida contra o Ceará, nesta segunda-feira (21), pelo Brasileirão, em defesa das praias do Nordeste, que foram atingidas por vazamento da substância desde o fim de agosto. No Twitter, o clube publicou um manifesto junto a imagem da camisa que usará na partida pedindo medidas de redução do impacto ambiental causado pelo desastre.
As manchas de óleo apareceram inicialmente na Paraíba e já atingem mais de 150 praias de nove Estados nordestinos. Conforme o MPF, se trata do maior vazamento de óleo da história do país.
Na Bahia, as manchas apareceram no início de outubro. Neste sábado (19), as manchas atingiram dois dos principais destinos turísticos do sul do Estado: Itacaré (a 248 quilômetros de Salvador) e Ilhéus (a 310 quilômetros da capital baiana).
Em Itacaré, as manchas foram identificadas nas praias de Itacarezinho, Tiririca e Resende. As três estão entre as praias mais famosas do sul da Bahia e são conhecidas como um dos melhores pontos do litoral brasileiro para a prática de surfe.
Ação do MPF pede que sejam utilizados os recursos já previstos no Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água, como dados das áreas atingidas pelo óleo e centros estruturados para resgate de fauna atingida.
Leia o manifesto na íntegra
O problema é seu. O problema é nosso.
Quem derramou esse óleo? Quem será punido por tamanha irresponsabilidade? Será que esse assunto vai ficar esquecido?
O Bahia é você, somos nós, cada ser humano.
É a forma como representamos o amor, o apego, o chamego, o sagrado, a justiça. O Bahia é a união de um povo que vibra na mesma direção, que respira o mesmo ar e que depende da mesma natureza para existir, para sobreviver.
Jogaremos nesta segunda-feira (21), contra o Ceará, em Pituaçu, com a camisa do Esquadrão manchada de óleo.
Um convite à reflexão: o que faz um ser humano atacar e destruir espaços sagrados? O lucro a qualquer custo pode ser capaz de destruir a ética e as leis que regem e viabilizam a humanidade?
A barbárie deve ser tratada como tal, não como algo natural.