Rogério Ceni não resistiu por muito tempo no comando do Cruzeiro. O treinador foi demitido do cargo após desentendimento que teve com os jogadores por causa de Thiago Neves, depois do empate em 0 a 0 com o Ceará, na noite desta quarta-feira (25). Ao todo, o treinador ficou apenas 45 dias na casamata do time mineiro.
A decisão foi tomada na tarde desta quinta-feira (26) após reunião com a diretoria celeste. Em pouco mais de um mês, Ceni criou atritos e não conseguiu contornar o clima ruim com alguns jogadores tarimbados do elenco. Em sua curta passagem, ele comandou o time em oito jogos: duas vitórias, dois empates e quatro derrotas.
Rogério foi oficializado no Cruzeiro na tarde de um domingo, dia 11 de agosto, horas antes da partida contra o Avaí. Dois dias depois, foi apresentado oficialmente na Toca da Raposa.
Agora, a diretoria do Cruzeiro volta a ganhar mais um problema. Depois de ficar com Mano Menezes por mais de três anos, ela se despede de Rogério Ceni após menos de dois meses.
O futuro e terceiro técnico da temporada terá a missão de afastar a equipe da zona do rebaixamento. Somente com o Brasileirão pela frente, o time ainda enfrenta uma crise financeira, com atrasos de salários e falta de receitas em um futuro próximo.
Os jogos de Ceni no comando do Cruzeiro
- 18/8: Cruzeiro 2x0 Santos - Brasileirão
- 25/8: CSA 1x1 Cruzeiro - Brasileirão
- 1º/9: Cruzeiro 1x0 Vasco - Brasileirão
- 4/9: Inter 3x0 Cruzeiro - Copa do Brasil
- 8/9: Cruzeiro 1x4 Grêmio - Brasileirão
- 14/9: Palmeiras 1x0 Cruzeiro - Brasileirão
- 21/9: Cruzeiro 2x1 Flamengo - Brasileirão
- 25/9: Ceará 0x0 Cruzeiro - Brasileirão
Dança das cadeiras no Brasileirão
A saída de Ceni foi a 11ª troca de técnico no Brasileirão 2019. E a segunda do Cruzeiro. Antes dos mineiros, outros nove times haviam anunciado mudanças nas comissões técnicas. Confira:
- Abel Braga (Flamengo)
Demitido após a sexta rodada, apesar do Flamengo ter vencido o Athletico-PR por 3 a 2, no Maracanã. - Geninho (Avaí)
Caiu na nona rodada, a última antes da parada para a Copa América. Foram quatro empates e cinco derrotas. - Marcelo Cabo (CSA)
Na mesma rodada, Marcelo Cabo saiu do CSA, com apenas uma vitória em nove jogos. - Ney Franco (Chapecoense)
Caiu na 11ª rodada, depois de levar 4 a 0 do São Paulo, no Morumbi. - Claudinei Oliveira (Goiás)
Chegou após o estadual e só durou 13 rodadas no Brasileirão. Saiu depois de levar 6 a 1 do Santos, na Vila Belmiro. - Mano Menezes (Cruzeiro)
Era o técnico mais longevo da Série A, com três anos de trabalho na Toca da Raposa. Não resistiu a eliminação na Libertadores para o River, fraco desempenho no Brasileirão e derrota para o Inter no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil. - Rogério Ceni (Fortaleza)
Não foi demitido. Saiu para assumir o Cruzeiro. - Fernando Diniz (Fluminense)
O técnico das boas atuações e péssimos resultados. Com o time na zona de rebaixamento, não resistiu na 15ª rodada. - Luiz Felipe Scolari (Palmeiras)
No Brasileirão, estava bem. Mas o desempenho nas Copas foi determinante para a demissão após a 17ª rodada. - Cuca (São Paulo)
A primeira troca da quinta-feira (26). Apesar de estar no G-6 do Brasileirão, a derrota em casa para o Goiás foi fundamental para a queda.
Números inferior a 2018
Apesar do dia movimentado, com duas trocas, o Brasileirão de 2019 está com menos mudanças de técnicos do que o campeonato de 2018. No final de setembro do ano passado, nesta época, já tínhamos 22 trocas. Exatamente o dobro desta temporada. No final do Brasileirão, foram 29 mudanças. Só Cruzeiro, Grêmio e Inter não mexeram.