Um dos responsáveis pelo assunto voltar à Assembleia Legislativa (AL), o presidente do Sindicato de Clubes do RS, César Cabral, comemorou a decisão favorável para o retorno de bebidas alcoólicas no Rio Grande do Sul. Os deputados aprovaram, por 25 votos a 13, o projeto de lei que flexibiliza o consumo e venda nos estádios.
— A gente recebe a notícia com vontade de fazer com que a gente se responsabilize pelas coisas que podem ser ruim. Os clubes vão se empenhar. Agora, tem uma lei que regulamenta (se o governador aprovar). Temos de fazer reunião para que não descambe para a baderna, controlar. Os clubes precisam fazer sua parte — entende César Cabral, que reuniu assinatura dos clubes gaúchos da Primeira Divisão a favor da venda.
A reunião a que o presidente do Sindiclubes se refere envolveria o Ministério Público e a Brigada Militar. Não seria, porém, para aumentar o efetivo da polícia, e, sim, receber orientações sobre como os clubes devem proceder para que o álcool não interfira nas confusões nos estádios:
— A nossa ideia não é que aumente efetivo, sabemos todos os problemas que têm. Queremos orientações para gente ir atrás. Tipo o número de seguranças. Queremos investir em câmeras de seguranças, para que parte do lucro vá para segurança, principalmente, para o Interior. Foi dado um crédito pelo Estado. Senão, vamos ter que baixar a cabeça e aceitar a alteração novamente — disse. — Os clubes serão responsabilizados, tem que dar estrutura. O que acontece na tua casa, a responsabilidade é tua. Falo sobre a segurança, não pode vender bebida pra menor. Tem que estar sempre vigilante e se antecipar o problema.
Em maio deste ano, Cabral, com o aval dos presidentes dos clubes gaúchos, enviou ao presidente da Assembleia Legislativa, Marlon Santos (PDT), um documento pedindo que a lei estadual de 2008 fosse revista. O pedido se baseava em uma pesquisa do Instituto Methodus, realizada de 11 a 22 de novembro do ano passado, no Beira-Rio e na Arena.
Foram ouvidos 600 torcedores, e 63,8% deles se posicionaram a favor da liberação. Dos 34,8% que se mostraram contra a venda de bebidas, 76% acreditam que a liberação é a porta de entrada para o início de confusões, de acordo com a pesquisa.