Com a suspensão de 15 meses imposta pela USADA (Agência Antidoping dos EUA) cumprida, Jon Jones vem se preparando diariamente para a disputa de cinturão que fará contra Alexander Gustafsson no dia 29 de dezembro, pelo UFC 232, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Sem lutar desde julho de 2017, o ex-campeão meio-pesado voltou com tudo aos holofotes após um período mais recluso. Em entrevista ao programa Ariel Helwani’s MMA Show, fez revelações importantes a respeito de seu estado para a volta ao octógono.
O lutador declarou que, embora venha fazendo preparação para enfrentar Gustafsson, não está sóbrio. Vale ressaltar que, ao longo de sua carreira, colecionou episódios polêmicos envolvendo drogas e álcool, sendo flagrado, inclusive, em três exames antidoping, além de ter causado um acidente de trânsito onde uma mulher grávida ficou ferida. Sem omissões, o americano assumiu que ainda usa drogas, apesar de ter frequentado uma clínica de reabilitação.
— Ainda bebo. Fumo maconha também de vez em quando. Estou em um lugar muito saudável. Bem, quero dizer… Não sei. Quem sabe? Cansei de tentar esconder que sou.
Ao ser questionado por Ariel Helwani sobre a quantidade de bebida, Jones respondeu:
— Não bebo em uma quantidade louca. Bebo em alguns fins de semana, principalmente nos fins de semana - revelou Jones, que, além de ressaltar que seus treinadores têm conhecimento da situação. Ele também comentou sobre o fato de “abrir mão” de estar completamente sóbrio.
— É algo pelo qual eu estava me esforçando, especialmente ao ir para a reabilitação no último verão. Eu estava me esforçando para conseguir a sobriedade completa. Não estou pronto para isso. Não é quem eu era e não é quem eu sou na minha vida e na minha carreira. Eu estou em um lugar no qual posso ser honesto comigo mesmo. Mas estar neste lugar definitivamente me amadureceu muito - declarou.
Além das revelações, Jones também comentou as críticas que recebe sobre seus casos envolvendo substâncias proibidas. Com sucessivos casos de doping, existe o questionamento se o lutador pode ser considerado realmente o maior lutador de todos os tempos do MMA, mesmo acumulando punições. Apesar de reconhecer que tais casos prejudicaram sua carreira, “Bones” acredita que não houve uma “mancha” em seu legado ao esporte.
— Fui capaz de fazer grandes coisas neste esporte, e infelizmente tive um solavanco com essa situação de esteroides, e sou grato que a USADA provou minha inocência dizendo: "Ei, isso foi um pouco um mal-entendido", e isso apenas mostra o quão dominante tenho sido. Sinto que as pessoas sempre quiseram falar: "Bem, a razão pela qual ele é tão bom é porque o irmão dele está no círculo da NFL", ou "ele é tão bom porque tem braços muito longos". As pessoas sempre deram desculpas para o meu sucesso, em vez de apenas dizer: "Sabe de uma coisa? Esse cara é realmente muito inteligente. Ele tem um QI de luta muito bom e é isso que faz dele campeão". Sinto que tenho muito a provar e sempre tive muito a provar. O que tenho que fazer é sair e ser exatamente quem eu sou, exatamente quem eu sempre fui. Sei, em meu espírito, que nunca trapaceei neste esporte. Como eu disse, a USADA conseguiu provar que era uma quantia tão pequena que não afetou meu desempenho. Eu sempre passei por todos os testes de drogas. Sou o melhor lutador no esporte. Sempre fui o melhor lutador - concluiu.