Sou fanático por futebol. Não importa a série, estado ou mesmo se o jogo é amistoso. Até jogos da Série B do Paulistão já acompanhei. Digo isso por lamentar que a Copa do Mundo é o torneio do anticlímax, o que tira um pouco da graça.
No começo da competição, são três ou quatro jogos por dia, mas a oferta vai minguando. Com razão, o treinador Cuca disse em um programa do SporTV:
— A Copa começa com muita alegria e o colorido de vários países, mas vai murchando porque as seleções saem do torneio, e a tristeza se instala.
O retorno à vida normal é um alento para nós, futebol-maníacos. Os grandes públicos registrados na retomada, inclusive em alguns da Série B, comprovam a tese. Ainda há milhões de fãs do futebol país afora. Apesar das mazelas históricas do esporte que envolvem a vigarice crônica de alguns cartolas/empresários, o artificialismo/futilidade de inúmeros "craques" e a força excessiva e predatória do poder econômico o "esporte das multidões" continua a encantar.
Copa do Brasil, Brasileirão, Segundona e Libertadores — entre outras competições — retornam ao cardápio que ilustra os churrascos que preparo nas quartas-feiras, sábados e domingos. Com familiares, parceiros ou amigos dos filhos, o futebol está sempre presente. É uma combinação consagrada em muitas residências no território nacional.
A gangorra Gre-Nal está equilibrada. O Grêmio manteve o time, apesar da queda de desempenho. O Inter surpreendeu diante da ausência de D'Alessandro, tão fundamental quanto polêmico. Mas sua qualidade esbarra no temperamento que às vezes compromete o desempenho.
O papo ao pé da churrasqueira de casa instiga as disputas verbais. São quatro colorados — eu, minha mulher, filho e o sogro — e só uma gremista. Mesmo em flagrante desvantagem, Laura é frenética consumidora de futebol: ouve rádio o dia inteiro, curte todas as redes sociais. Resultado: polêmicas renhidas, mas todos voltam para o próximo assado com energia revigorada para defender a camiseta do coração.
Assim é o futebol. Vivo, eterno e onipresente a embalar torcidas, botecos e famílias separadas por paixões, mas unida pelo amor à bola.