Paolo Guerrero quebrou o silêncio neste domingo. Em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, o atacante do Flamengo se disse inocente e afirmou estar indignado com a punição de um ano longe dos gramados dada a ele pela Fifa.
— Estou muito indignado. Me custa a acreditar na injustiça que estou passando. Já tive muito prejuízo moral. Mas não por mim, e sim pelos meus pais. Tive muito prejuízo profissional e estou indignado que a Fifa esteja se posicionando dessa forma. Eles não podiam ter me suspendido tão rapidamente assim, e acho que estão sendo muito injustos comigo — disse o centroavante peruano.
O jogador admitiu ter ingerido chás medicinais antes da partida contra a Argentina, pelas eliminatórias da Copa, devido a uma forte gripe e a uma indigestão e ressaltou que a substância encontrada não ajuda a melhorar a performance de um atleta.
— Tomei um chá de anis no Peru porque estava com indigestão e na Argentina um chá preto com limão e mel porque estava com gripe. A substância não ajuda na performance. Então nem tem como. Pela quantidade dá para ver que não tem consumo de droga, e a Fifa já descartou isso. A substância não é um estimulante. Então não tem como eu ser culpado. Seria só uma burrice.
O peruano fez questão de deixar claro que nunca usou nenhum tipo de droga e exaltou a conduta exemplar que sempre teve ao longo dos 17 anos de carreira profissional.
— Deixo claro que não consumo cocaína, nunca na minha vida. Tenho 17 anos de carreira profissional, passei por milhares de controles. Só por Corinthians e Flamengo são 17. No dia 14 de setembro eu passei por meu último controle pelo Flamengo, na Sul-Americana. Nunca tive vontade de consumir droga. Não vou ser uma pessoa que possa me prejudicar. Sempre me dediquei, sou profissional. Fico paciente, tento estar tranquilo, sei da pessoa que sou.
Sobre a esperança em disputar a Copa do Mundo pela seleção peruana, Guerrero disse que, no momento, está em segundo plano.
— Jogar a Copa para mim agora passou a ser segundo plano. A primeira coisa que quero agora é jogar pelo Flamengo no começo do ano. Não posso falar da Copa porque quero jogar já. Se acabasse hoje a minha suspensão eu queria jogar essa final. Estava me preparando para jogar os dois jogos da final. Então não estou pensando em reduzir a pena, pensando em ser absolvido porque não fiz nada. Sou inocente.
O jogador e seus advogados agora terão que recorrer ao Tribunal de Apelação da Fifa. Caso o pedido seja negado, a última esperança do atacante será a Corte Arbitral do Esporte. Os advogados têm esperança de que o caso seja resolvido até fevereiro.