Irregular e, por isso, perigoso. Assim o Grêmio tem de tratar seu adversário na semifinal da Copa do Brasil. A temporada do Cruzeiro é digna do clássico O Médico e o Monstro. Tem jogos de besta e de bestial. Certo é que, quando as coisas vão bem, joga o suficiente para encarar qualquer equipe do Brasil.
O próprio Grêmio foi testemunha em um dos melhores jogos do Brasileirão, no empate em 3 a 3 no Mineirão, em 19 de junho. A questão é saber qual Cruzeiro virá à Arena: o que envolve seus rivais e sabe usar do talento de jogadores como Thiago Neves para decidir, ou o time que cria chances na mesma medida em que as desperdiça.
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Abaixo, ZH lista algumas das qualidades e defeitos do time de Mano Menezes.
O esquema
O 4-2-3-1 acima deve entrar em campo na Arena, com Sobis no lugar de Sassá – ele não pode atuar por já ter jogado pelo Botafogo na Copa do Brasil.
Cuidado com o lado esquerdo
O veloz Alisson costuma ganhar companhia do lateral Diogo Barbosa e até de Thiago Neves nas combinações por ali. Edilson e Ramiro serão exigidos.
– O Thiago cai bastante por ali e o Alisson é importante. É o lado que cria mais ofensivamente, enquanto na direita o time é mais forte na marcação – avalia Thiago Prata, setorista do Cruzeiro no jornal O Tempo.
As finalizações falham
O Cruzeiro domina, tem posse de bola e cria chances de gol. Desperdiça e não transforma o controle do jogo em vitórias. O torcedor cruzeirense viu este cenário se repetir muitas vezes no Brasileirão. A falta de capricho nas finalizações é um problema crônico. Há quem a atribua à opção de Mano de atuar com um jogador de frente móvel, sem um "9" clássico, mas Prata lembra que, quando o Cruzeiro tinha Ábila, o argentino também perdia chances claras.
– É uma questão mais técnica do que tática. Tem muito mais a ver com ter tranquilidade no momento de finalizar do que com qualquer outra coisa. Diria que é algo de mais responsabilidade dos jogadores do que do treinador – opina Bob Faria, comentarista da Globo Minas.
Mudança de postura
Desde o início da temporada, quando os bons desempenhos empolgaram a torcida, o Cruzeiro foi um time que controlava o jogo com a bola no pé. Gostava das trocas de passe e de jogar com postura adiantada. Nas últimas semanas, porém, essa postura mudou. Os melhores momentos da equipe nas últimas rodadas vieram quando recuou e buscou os contra-ataques:
– Imagino que o Cruzeiro tenha essa postura mais recuada contra o Grêmio, até pela forma de o Grêmio jogar. Dificilmente esse Grêmio joga recuado.
Destaques individuais
Thiago Neves e Alisson são os jogadores que o Grêmio tem de vigiar. Independentemente das oscilações da equipe em campo, a dupla mantém o nível e é capaz de decidir partidas.
– O Thiago Neves é o cara do passe, da articulação e também entra na área para finalizar. O Alisson é o cara do drible, que abre um espaço na defesa adversária com a jogada individual – analisa Vinicius Grissi, comentarista da Rádio Transamérica.
* ZH Esportes