Durante muitas décadas, todos nós brasileiros batíamos no peito e, com orgulho, dizíamos: somos os melhores do mundo em futebol. Tínhamos cinco títulos mundiais e jogadores que se transformaram em verdadeiros mitos, como o Rei Pelé, o melhor de todos os tempos. O Maracanã era o maior templo de futebol do mundo. Na decisão do Mundial de 1950, quando perdemos a final para o Uruguai por 2 a 1, estiveram presentes ao Estádio Mário Filho quase 200 mil pessoas.
A seleção canarinho tem ainda quatro Copas das Confederações e oito Copas América. O Brasil continua produzindo grandes jogadores, mas a maioria desses craques está atuando fora do país. A Seleção, deste ano, sob comando de Tite, dá nova esperança aos torcedores, mas o trauma da Copa de 2014 ainda não está completamente desfeito. E o pior: o seu maior algoz, a seleção da Alemanha – para a qual sofremos o maior vexame da história, com a goleada de 7 a 1 – parece que está cada vez mais forte.
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Recentemente, conquistou dois títulos importantes: na Polônia, a Euro sub-21, e na Rússia, a equipe B, formada por muitos jovens, a maioria dos quais desconhecidos, foi a campeã da Copa das Confederações. E Joachim Löw tem, ainda, quase um ano para montar a seleção alemã que buscará o pentacampeonato na Rússia, em 2018.
Além de jogadores de muita qualidade técnica, o futebol alemão conta com a sua tradicional organização, que já começa pelo calendário. Com isso, é possível fazer um planejamento para todo o ano. Os torcedores compram ingressos antecipados, e a média é superior a 40 mil pessoas, enquanto o Borussia Dortmund mantém uma média invejável acima de 80 mil espectadores.
A desorganização do nosso futebol, somada ao desemprego, à crise econômica e às novas opções de lazer, resulta em médias de público baixas, principalmente se comparadas ao números de algumas décadas atrás.
Só para lembrar: o Inter, na inauguração do Beira-Rio, em 1969, chegou a colocar mais de 100 mil pessoas em seu estádio, enquanto o Grêmio, no antigo Estádio Olímpico, num jogo contra a Ponte Preta, em 1981, teve mais de 90 mil torcedores. Hoje, a dupla Gre-Nal dificilmente lota os seus estádios. Em outros Estados, a situação não é diferente. Alguns estádios, construídos especialmente para a Copa de 2014, são verdadeiros elefantes brancos. Diante disso, é de se perguntar: ainda somos o país do futebol?