
Rafael Nadal concedeu entrevista ao jornal ABC, da Espanha, em que falou de suas ambições no esporte, de como tem se sentido fisicamente, da rivalidade com Roger Federer, do controle do Big Four no circuito e sobre não se sentir "herói". O tenista de Manacor diz já estar acostumado com o assédio dos fãs, o que faz parte de sua rotina, e se sente muito grato por tanto carinho.
Ao ser perguntando se fica sem graça ao ser chamado de herói Rafa desconversou:
– Não considero que sou herói de nada. Nem planejo ser – disse ele, que contou não se preocupar muito com a fama de ser o maior esportista da história da Espanha e agradeceu o carinho que recebe de todos os compatriotas.
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Rafa Nadal comentou sobre sua vontade de seguir jogando e se dedicando ao duro dia a dia do tênis. Reconheceu que há dias que se levanta sem vontade de treinar – exemplifica que o mesmo acontece com qualquer pessoa de qualquer profissão, mas que ele vai, treina e "quando estou lá, treino para que seja o melhor que eu possa dar sempre".
Prestes a completar 31 anos de idade (em 3 de junho), o eneacampeão em Roland Garros contou que há muito tempo se sente como veterano no circuito. O espanhol destacou ainda que "aos 23 anos, sequer acreditava que jogaria até os 28. Aos 28 pensava que talvez chegasse aos 30. Agora estou aqui, perto dos 31 e o importante é que me sinto bem para seguir".
O ABC questionou Rafa ainda sobre qual a diferença entre as ilusões e motivações que o moviam no inicio da carreira para agora:
– É bem diferente. Agora tenho o desejo de fazer o que venho fazendo. A cada ponto da carreira, fui tendo diferentes motivações. Hoje penso em estar em cima, curto quando vejo que sou competitivo e posso lutar por coisas importantes. A verdade é que antes estava apenas centrado em ganhar, ganhar, ganhar... Realmente apenas isso valia. Chegar a uma final não me valia nada – explicou, antes de completar:
– Depois, sim, você aceita que uma final é um bom torneio quase sempre.
Nadal foi comentou o momento de baixa de Novak Djokovic e Andy Murray. Para o espanhol, a surpresa é que por tanto tempo o sérvio e o escocês estiveram lutando em finais e semifinais de torneios.
– Aqui todos jogam bem, muitas vezes um jogo é definido nos detalhes. As pessoas precisam entender que é muito difícil estar por tanto tempo no topo como fizemos Federer, Djokovic, Murray e eu. Pra mim, não é surpresa que outros jogadores estejam agora nas semifinais ou finais, porque são muito bons e porque você não pode vencer a vida toda. Na quadra, é possível ver a pouca diferença – destaca.
Depois do 10° título no Masters 1000 de Monte Carlo na carreira, Nadal voltou ao top 5 do ranking mundial.