Em 1995, quando Aurélio Batista Felix, um empresário bem sucedido, idealizou promover no Brasil um campeonato no qual iriam participar caminhões de todas as montadoras aqui instaladas (Ford, VW, Scania, Iveco, Mercedes Benz e Volvo), seu desejo era fazer do esporte que escolhera como 'hobby', um segmento de criatividade, trabalho, profissionalismo e dinamismo, inerentes à sua própria pessoa em sua atividade, com a satisfação na vida pessoal.
A grande diferença, no entanto, é que Batista Felix desejava fazer de um "interesse pessoal" a satisfação de uma coletividade: os pilotos de seu país. Como gestor altamente profissional, ele acreditava que uma categoria na qual todos os envolvidos na promoção detém currículo irretocável, teria como consequência, um igual profissionalismo por parte dos pilotos e equipes que viessem a se inscrever.
Rápido avanço para Março de 2017: Na etapa de abertura da Fórmula Truck, caíram os butiás dos bolsos no país inteiro - inclusive onde ninguém têm a menor ideia do que seja um butiá ou esta expressão popular (os gaúchos, claro, sabem o significado: admiração, espanto, perplexidade). Substantivos que, por sua vez, resumem o sentimento de torcedores que acompanharam a prova disputada no Velopark – de acordo com matéria publicada no caderno de Esportes de Zero Hora, apenas nove caminhões estavam inscritos (verdadeiro contraste em relação à 2016, temporada na qual o 'grid' contava 20 pilotos).
De forma resumida, pode se dizer que, ao final de Fevereiro, diversas equipes, insatisfeitas com imposições por parte da empresa promotora - ABF, comandada por Neusa Navarro Feliz, esposa do falecido promotor -, optaram em abandonar o evento. Sem falar na absurda demora na assinatura de homologação entre a categoria e a Confederação Brasileira de Automobilismo. Foram situações de bastidores que não precisavam acontecer. E justo em um ano no qual as disputas entre os 'pesados' estão marcadas para acontecer até mesmo no Exterior (Uruguai e Argentina).
Algo precisa ser feito. As alternativas, pelo menos à médio prazo, são muitas. Impõe-se, neste momento, diálogo. É hora de bom senso, trabalho e de conciliação. Acima de tudo, é preciso salvar este espetáculo sempre prestigiado por patrocinadores, Imprensa e público. Por favor, não deixem a 'truck' morrer...