Presidente do Juventude diz que a folha salarial não vai aumentar para a disputa da Série B

Embora o valor possa parecer vistoso para um clube que não recebe grandes cotas de TV há 10 anos, quando ainda circulava pela elite do futebol brasileiro, os R$ 4,1 milhões para disputar a Série B de 2017 não foram comemorados com fogos de artifício pela direção do Juventude. Ao mesmo tempo, é muito melhor do que não receber quase nada como nos últimos anos nas séries C e D nacionais. Além disso, é quase quatro vezes mais do que a cota do Gauchão. A questão é que a expectativa era de R$ 1,1 milhão a mais.

– A gente esperava R$ 5,2 milhões, valor que a maioria dos clubes recebeu na Série B do ano passado – lamenta o presidente Roberto Tonietto, que participou na terça-feira do congresso técnico da Série B na sede da CBF, no Rio.

Isso não quer dizer que o mandatário alviverde não tenha aprovado a nova divisão de cotas da televisão, baseada no modelo da Premier League, o campeonato nacional da Inglaterra.

– O Figueirense apresentou essa proposta e ganhou a votação. É uma proposta muito boa, mas argumentei que isso teria de entrar em prática no ano que vem, não poderia mudar em cima do laço. Fui contra ser agora, mas isso foi voto vencido. Nosso planejamento levava em conta receber R$ 5,2 milhões. Agora, temos que planejar de novo com R$ 1,1 milhão a menos – reclama.

A partir disso, a expectativa de aumentar a folha de pagamento do departamento de futebol para a Série B caiu por terra. Hoje, a folha é de R$ 330 mil. E isso não vai mudar muito:

– Não vamos aumentar a folha para a Série B. Pelo contrário, teremos de reduzir as despesas com esse valor. Não posso deixar o clube entrar no vermelho como estava. Temos que resolver algumas penhoras, dívidas, impostos, não é só o futebol.

O dinheiro da cota de TV será parcelado em sete meses, de maio a novembro, e o Ju vai receber aproximadamente R$ 586 mil mensais. Somado aos cerca de R$ 90 mil pelo novo contrato com o Banrisul, que está bem encaminhado, e mais outros valores, a receita por mês não vai passar de R$ 1 milhão.

– O número de sócios caiu de 4,2 mil para 3,8 mil. Tivemos agora a redução na cota da TV em relação ao que era planejado. Vamos refazer o orçamento, mas não vou abrir mão do equilíbrio financeiro – encerra Tonietto, que tirou o Ju da lama em 2016.