
Quando o primeiro dos cerca de 20 carros apareceu na Rua Chachafruto, a dona de casa Tereza Garzon se posicionou em frente à casa onde mora há 75 anos anos. Encheu os olhos de água, e chamou a sobrinha Diana María, 44 anos, para ver o cortejo.
– Muito triste, mas me sinto realizada, porque os colombianos fizeram uma justa homenagem a vocês, brasileiros – disse.
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Depois, fez silêncio. Católica, Tereza permaneceu 15 minutos assim, na frente de casa, rezando pelos mortos brasileiros. Em seguida, confessou que o nome Chapecoense é muito difícil de pronunciar em espanhol.
– Um nome muito difícil de pronunciar. Mas uma equipe muito difícil de esquecer – afirmou, em lágrimas.
O cortejo de grandes carros fúnebres serpenteou os caótico trânsito de Medellín escoltado pela polícia nacional. No alto dos viadutos, moradores aplaudiam a passagem. Alguns jogavam crisântemos brancos nos veículos. Mesmo antes de deixarem a funerária San Vicente, os brasileiros da Chapecoense recebiam, do lado de fora, o carinho e a homenagens dos colombianos. Maria Eugenia Morales, que acompanhava o marido em um hospital próximo, foi até o local para aplaudir os caixões.
– Impressionante, estamos todos muito tristes – afirmou.
Outro jovem, Cristian Garzón, 22 anos, idade de alguns dos jogadores da Chapecoense, lamentava:
– Muito dolorido, uma equipe de jovens, que veio aqui atrás de um sonho.
Alonso Bolívar, 57 anos, vendedor nas arquibancadas do Estádio Atanasio Girardot, também se emocionou ao ver a saída dos carros.
– Eu estaria lá na final, vendendo meus produtos. Mas não houve final, não vi os brasileiros. Hoje, vim para ver os verdadeiros campeões – afirmou.
*ZHESPORTES