Desde domingo, condoído com a atuação com brios e bom futebol do Internacional ser tristemente eclipsada por mais uma derrota para o Atlético-MG, venho pedindo aos meus amigos colorados que aceitem a torcida deste amigo gremista e me levem ao Beira-Rio amanhã, para a epopeia contra o Figueirense.
Com diferentes níveis de educação, todos se recusaram. Mesmo eu tendo prometido não cometer a blasfêmia de inflar os pulmões tricolores com nomes de ídolos do Internacional. Prometi clamar apenas por ex-profissionais do Grêmio: Anderson, Paulão, e, claro, o técnico Celso Roth. Ele que mais de uma vez já prestou esse serviço de sair da degola ao meu Tricolor. Sem constrangimento algum eu gritaria "Fica, Celso Roth!", um apoio incondicional ao treinador já tão repetido neste Rio Grande. Mesmo assim, tive o meu apoio recusado.
Leia mais:
Rafael Diverio: Totti desceu da arquibancada
Wendell Ferreira: dinheiro fala mais alto no UFC
Cláudio Furtado: Carlo, o Grêmio não vai te perder
Talvez eles não compreendam a minha torcida para que o Inter escape do rebaixamento. Mas não é tão difícil. Simplesmente não desejo a ninguém, muito menos aos tantos amigos que tenho torcendo pelo coirmão, os dissabores que já passei. Por que me contentaria, como gremista, ver metade dos meus amigos dedicando as noites de sexta e as tardes de sábado a jogos contra adversários tão abaixo da sua grandeza? Um campeão do mundo FIFA em um estádio de Copa recebendo a Luverdense. O que isso me acrescentaria? E que tal um 2017 sem clássicos Gre-Nais, se foram os clássicos pelo Brasileirão dos últimos anos minhas maiores alegrias?
Acredito, ainda, que o Inter estar na Série B possa fazer mal ao Grêmio. Não quero a Avenida Goethe tomada por um fracasso do coirmão, mas por um título do meu clube. Acredito que a competição em alto nível beneficiaria os dois. Não desejo ver eternizada essa lógica retrógrada da gangorra, em que basta um estar mal para que o outro esteja bem. Quero aquele Inter grande, aquele Colorado que embarca para um Mundial de Clubes se julgando favorito contra a Inter de Milão. Aquele é o Inter que estou acostumado a ver.
O rebaixamento não vai acontecer. Essa estatística de que o Inter tem 70% de chances de cair, não acredite nela. Mas se acontecer, acreditem, também não é o fim do mundo. E o destino escreve certo por linhas tortas. Calhou que o Inter contaria com Andershow, um especialista na competição. Espero que a presença do nosso ídolo seja o suficiente para que o Colorado jamais passe por momentos terríveis, como aqueles 24 minutos do pênalti de Nunes até a defesa de Galatto, em 2005. Aquelas piadinhas ainda por "torpedo", aqueles torcedores do rival nas janelas tirando sarro do nosso desespero. Que horrível seria se aquilo tivesse gerado um sentimento de vingança. Longe de mim.
Por favor, levem-me ao Beira-Rio.
*ZHESPORTES