Este ano tem sido difícil para os apaixonados por esportes americanos. Alguns astros da NFL, NBA e MLB escolheram 2016 para escrever o último capítulo de suas trajetórias vitoriosas nas grandes ligas.
Um anúncio premeditado, mas que eu esperava ser revertido até o último segundo, mais por paixão do que razão, se confirmou oficialmente em 7 de março, em uma entrevista coletiva em Denver, Colorado. Peyton Manning, um dos maiores quaterbacks de todos os tempos, falava que aquele Super Bowl, disputado e vencido um mês antes, seria seu último jogo oficial na NFL. Senti que parte de uma geração de quaterbacks que prima pelo passe como principal arma desta posição ia embora daquela sala de imprensa do Sports Authority Field at Mile High junto com Manning.
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Pouco mais de um mês depois, no dia 13 de abril, Kobe Bryant, um dos maiores jogadores da história do basquete, jogou pela última vez. Foi o jogo derradeiro de um dos atletas que mais aprendi a respeitar no esporte.
Um líder carismático, habilidoso e portador de um dos arremessos mais bonitos que já vi no basquete. Um cara decisivo, que jogava demais e fazia o time jogar. Confesso que, no dia de sua despedida, fiquei um pouco "feliz", pois era difícil ver o veterano tentando salvar um time fraco, que não conseguia retribuir tudo o que ele fez pelo Lakers.
Em seu último jogo na NBA, no Staples Center, contra o Utah Jazz, Kobe foi monstruoso, marcando 60 pontos, quatro rebotes e quatro assistências. Um fim à altura de uma das maiores lendas do basquete mundial.
Mas a despedida que me deixará mais triste acontecerá no fim deste ano na Major League Baseball. David Ortiz, do Boston Red Sox, se aposentará ao final da temporada. Um dos atletas que me fizeram amar o esporte da bolinha de oito centímetros de diâmetro.
Na primeira temporada de beisebol que acompanhei, em 2007, vi este dominicano, dono da camisa 34 do Red Sox, ser um dos protagonistas do segundo título de World Series da equipe em um intervalo de três anos. Antes disso, o Boston Red Sox não vencia o principal título do beisebol desde 1918.
O Fenway Park ficará mais triste sem o Big Papi.
O bom é ver que, neste início de temporada, ele continua quente no bastão, impulsionando corridas, anotando home runs e sendo decisivo para o time. Sinto que algumas características que mais apreendi a amar nesses esportes vão embora com esses astros.
*ZHESPORTES