Muitas vezes aquela equipe do Grêmio da década de 1990 era chamada de violenta. Não entro no mérito, principalmente, porque não a considerava violenta, mas tão somente um time que jogava futebol viril sem que jamais tenha machucado algum jogador gravemente. Pelo contrário, num jogo de Gauchão, nosso meia Emerson rompeu os ligamentos do joelho, após uma entrada violenta de um adversário.
Sendo acusada de violenta, aquela equipe empilhava conquistas e títulos, durante todo aquele período. Numa semana de Gre-Nal pelo Brasileirão, se bem me recordo em 1996, o time tricolor foi para o Beira-Rio enfrentar o tradicional adversário carregando consigo essa pecha de violência. Foi difícil, para nós, dirigentes da época, tentar desmistificar esse fato, porque não era verdadeiro e a todo custo, tornamos pública nossa insatisfação com a acusação injusta de violência ao grupo.
Veio o clássico. O Grêmio entrou em campo sob aquelas acusações infundadas e injustas, repito. Como sempre acontecia, nenhum jogador adversário saiu machucado gravemente em face de possíveis atitudes desleais de atletas gremistas. Ou seja, ficara provado naquele clássico que não havia violência.
Bicicleta e capa de jornal
O resultado foi de 2 a 1 para o Tricolor em pleno Beira-Rio, com um gol de bicicleta de Paulo Nunes, que foi capa do jornal Zero Hora no dia seguinte, e outro de fora da área, marcado por Dinho. O placar me levou, naquela flauta saudável, a dizer nas entrevistas pós-jogo que o time gremista não era violento, mas o chute do Dinho na bola era.
*Diário Gaúcho