O mundo do esporte assiste à decadência de um dos maiores tenistas da história: Rafael Nadal. A cada temporada, seu nível vem caindo e deixando a todos com muitas dúvidas a respeito de que volte um dia a seus melhores dias. Pois arrisco a dizer que seus melhores dias já são parte do passado e não voltarão.
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Às vésperas de completar 30 anos (em junho), Nadal tem um histórico de lesões e desgaste de articulações que dificilmente poderão mantê-lo no mais alto estágio/patamar físico e técnico. O espanhol sempre sofreu com seus joelhos. As tendinites o acompanham desde que iniciou sua carreira profissional e evidentemente se agravaram com os longos períodos de treinamento e jogos que a vida de um tenista top exige.
Em 2012, chegou a ficar afastado das quadras por sete meses, quando, além de padecer com as tendinites do joelho, foi diagnosticado que sofria da síndrome de Hoffa, uma inflamação na gordura patelar, localizada atrás do tendão da patela. Na ocasião, foi submetido a um tratamento que consiste em injetar plaquetas do próprio atleta no local da lesão, e ele pôde retornar em alto nível.
Mas as dores das tendinites seguiram. A tendinite é um problema crônico. Para aliviar as dores provocadas pela lesão, é necessária muita fisioterapia, além de estar constantemente avaliando o desgaste dos treinos e competições. O espanhol precisou então diminuir seu ritmo alucinante de participação no calendário de torneios. Periodicamente, é analisado o estado de desgaste dos seus joelhos para se decidir se deve ou não participar da próxima competição.
Nos últimos tempos, o desempenho nas quadras caiu bastante. Em 2015, depois de 10 anos seguidos vencendo pelo menos um campeonato de Grand Slam a cada temporada, passou o ano sem títulos de algum dos quatro principais torneios do mundo. As recentes derrotas nas semifinais das disputas de Buenos Aires e do Rio também não contribuíram para que as previsões fiquem mais otimistas daqui pra frente.
Em meio às questões físicas, há outro problema: a cabeça. Muitas vezes o atleta que sofre com lesões crônicas tem bastante dificuldade em retomar a confiança nos seus golpes e movimentos. E isso se agrava em um tenista com as características de Nadal, baseadas em força, velocidade e potência impressionantes.
Estamos, portanto, diante dos últimos tempos do tenista espanhol em alto nível. Poderemos ver seu brilho em um ou outro momento ainda, mas não mais teremos o Touro Miúra dominando as quadras como fez tão bem, em 2010, quando conquistou Roland Garros, Wimbledon e US Open.
* ZHESPORTES