Dirigentes da CBF viajam para a Europa, na próxima semana, para voltar, na bagagem, com a aprovação da International Football Association Board (IFAB) para o uso do Árbitro de Vídeo (AV) em jogos da Série A do Brasileirão deste ano, que começa em maio. A informação é do jornal O Globo. A iniciativa será pioneira em campeonatos no mundo.
– Serão novos olhos para quando o juiz estiver cego – explicou Manoel Serapião, ex-árbitro da Fifa e autor do projeto da CBF, em entrevista ao jornal.
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A CBF havia pedido à Fifa autorização para uso do recurso de imagem, depois de erros ocorridos em 2015, mas teve a solicitação negada. Com isso, abriu a discussão na International Board, órgão que regulamenta as regras do futebol. Uma votação foi incluída na agenda da Reunião Geral da entidade, a partir de 5 de março, no País de Gales, para aprovação dos testes.
Antes disso, há uma visita do comitê da CBF a Londres, na próxima terça-feira, para apresentar o projeto à IFAB. Em seguida, no dia 29, na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça, novas reuniões farão os ajustes da proposta final que será levada a Cardiff, onde ficará definida a padronização mundial da regra.
Além do Brasil, outros países se candidataram. No entanto, só três matrizes de projeto foram consideradas: Brasil, Estados Unidos e Holanda. As diferenças entre os três seriam mínimas, e existe a expectativa de uma fusão.
A aprovação, na Reunião Geral, será feita por meio de voto. A comissão é formada por Inglaterra, País de Gales, Irlanda e Escócia, além da Fifa, que tem direito a quatro votos. Os países, por sua vez, tem direito a um voto cada. Anteriormente, em janeiro, já houve indicativos da aprovação do Video Assistant, como será chamada a novidade. Durante o encontro anual da IFAB, no início do ano, a diretoria deu recomendação para que os testes fossem colocados em prática assim que ocorresse o encontro em Cardiff.
O assistente de vídeo ficará em uma cabine e sua atuação não precisará, necessariamente, interromper o jogo - a não ser que haja agressão fora do campo de visão, pênaltis ignorados e bolas que entraram e o juiz não viu. O árbitro, no campo, não pode acionar a equipe da cabine - apenas o contrário ocorrerá, por comunicação via rádio.
O AV será autorizado a corrigir erros que ficam claros nas câmeras e que podem interferir no resultado. A autoridade do juiz será mantida. Ou seja, o Árbitro de Vídeo não dará informações sobre lances que cabem interpretação.
– Por exemplo: o jogador é puxado fora da área, mas cai dentro, e o juiz, equivocado, marca pênalti. O vídeo está mostrando claramente que é fora. O juiz é informado e, ao invés de marcar o pênalti, revê a sua decisão para marcar falta fora da área. E não precisa parar o jogo, porque o pênalti já estava marcado e, naquele meio tempo entre um lance e outro, o árbitro será avisado - completou Serapião ao O Globo.
Os árbitros de vídeo serão treinados a partir de março. O perfil é de um juiz experiente.
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