Sou colorado desde que me conheço por gente. No meu caso, não foi muito complicado, já que toda minha família torcia pelo Inter. Meu avô José, num domingo de dezembro de 1957, pegou sua almofadinha e foi para o campo do Renner gritar pelo Colorado. Jogo pegado. No gol da vitória, emocionou-se tanto que teve o AVC que o levou para o céu com apenas 54 anos.
Conto isso para entenderem como ser vermelho, mais do que uma escolha é quase uma obrigação para mim. A melhor obrigação do mundo.
O que acontece com a escolha do time, às vezes, extrapola o limite do razoável. Todos conhecem alguma história. Eu conheço várias, como a do pai que levou o filho pequeno ao estádio do tradicional adversário e não patrocinou nenhuma guloseima. Na outra semana, levou o menino ao Beira-Rio e foi um festival de pipoca, cachorro-quente e picolé. A explicação foi: aqui tem, lá não. Pronto: mais um torcedor do Inter.
Recrutamento vermelho
Se pensarem todos têm histórias desse tipo. Na verdade, só varia a forma. O conteúdo é o mesmo. Um verdadeiro recrutamento de coloradinhos e coloradinhas, que logo estarão gastando a garganta empurrando o Inter no Beira-Rio e nos demais estádios Brasil afora.