O pedido do 'Sartorão' do clássico dominical: "Que o Ca-Ju seja exemplo de pacificação"

Personagem central para que o clássico Ca-Ju 277 fosse confirmado para este domingo, às 16h, no Estádio Alfredo Jaconi, o governador do Estado, José Ivo Sartori, sorriu aliviado nesta sexta-feira, no sofá de sua casa, em Caxias do Sul. A chance deste Ca-Ju pela segunda rodada da Série C do Brasileiro ficar para a posteridade como o Clássico do Sartoraço é grande, mas o autor da história não quer levar toda a glória. 

- Dia 27, quarta-feira, seria um dia ruim e que nos obrigou a falar com a CBF. Foi um pedido que nos foi feito e não nos negamos. Pedimos que fosse revisada a decisão. O papel principal foi do presidente da FGF, o Novelletto. Ele fez todas as tratativas possíveis, e nós fizemos a nossa parte. É melhor assim: no domingo, o pessoal pode ir e espero que prospere a cultura da paz, isso é o mais importante. Que todo mundo vá para o estádio com o espírito desarmado e para dar um exemplo de convivência para o Rio Grande do Sul - comentou o governador.

Na terça-feira, a Brigada Militar enviou um ofício para a CBF e aos dois clubes, informando que não teria condições de fazer a segurança devido à Romaria de Caravaggio. Porém, na quarta, a pedido do Ju, as autoridades e o governador conseguiram um efetivo extra de outra cidade. Faltou comunicar a CBF, que fez às 18h19min a primeira alteração no site: Ca-Ju na quarta-feira, às 16h.

Na quinta-feira, o presidente do Ju, Raimundo Demore, ligou para Novelletto e para Sartori. Pediu ajuda de novo porque a CBF estaria irredutível com a questão e não queria mudar mais a data. Então, Sartori ligou para o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero:

- Foi o nosso primeiro contato, e ele foi muito atencioso. Ele deve ter ouvido falar de mim, mas a gente não se conhecia. Falamos rapidamente. Cumpri a minha missão e o meu papel. Espero que dê tudo certo, que seja bom para os dois lados. Que o Ca-Ju seja um exemplo de pacificação.

A situação não surpreendeu os técnicos da dupla Ca-Ju.

- Eu sou da época do Caixa D'Água (apelido de Eduardo Viana, controverso presidente da FERJ de 1984 a 2006), então imagina o que eu já vi no Campeonato Carioca. Coisas muito piores. Acho que houve uma falha de comunicação, mas felizmente o bom senso prevaleceu, porque prejudicaria muito os dois clubes se o jogo fosse na quarta-feira - disse Luís Antônio Zaluar, treinador do Caxias.

- A mudança não interferiu porque seguimos o planejamento do jogo de domingo. Talvez, se fosse antecipado. Para o clássico, melhor que ficou mesmo para a data prevista - complementou Picoli, técnico do Juventude.