Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, autoridades suíças chegaram ao hotel Baur au Lac, em Zurique, pediram os números dos quartos de sete executivos da Fifa e subiram até os apartamentos para fazer prisões por extorsão, fraude, lavagem de dinheiro e outros delitos. Além destes sete, outras sete pessoas foram indiciadas em um trabalho de investigação conjunta do FBI com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
As consequências da operação contra a Fifa que prendeu Marin:
Entre os indiciados estão o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, e José Margulies, brasileiro indiciado por intermediar pagamentos ilegais.
Confira quem são os 14 indiciados:
OS PRESOS
Jeffrey Webb: presidente da Confederação das Américas Central e do Norte (Concacaf) e vice-presidente da Fifa
Webb é o nome mais surpreendente da lista. Desde que assumiu a Concacaf, em 2012, tem liderado campanhas para combater a corrupção na Fifa. Defendeu, por exemplo, a divulgação completa do relatório do investigador Michael Garcia sobre a escolha da Rússia e do Catar para sediar as Copas de 2018 e 2022, mas não teve sucesso.
Eduardo Li: presidente da federação da Costa Rica
Nesta semana, o empresário que preside a federação da Costa Rica deve ser nomeado membro do Comitê Executivo da Fifa. Comandou a organização do Mundial Feminino Sub-17, realizado no país da América Central no ano passado.
Julio Rocha: agente de desenvolvimento da Fifa
Além do cargo que ocupa na entidade principal do futebol mundial, foi presidente da federação de futebol da Nicarágua.
Costas Takkas: integrante da Concacaf
É o ex-secretário-geral da federação de futebol das Ilhas Cayman. Webb é o presidente desta entidade.
Eugenio Figueredo: ex-presidente da Conmebol
Presidente da federação uruguaia por nove anos (entre 1997 e 2006), foi vice-presidente da Conmebol entre 1993 e 2013. Assumiu, por um curto período, a entidade sul-americana quando Nicolás Leoz renunciou em meio a denúncias de corrupção, em 2013.
Rafael Esquivel: presidente da federação da Venezuela e integrante da Conmebol
Quando Esquivel assumiu a presidência da federação venezuelana, José Sarney era presidente do Brasil. O ano era 1988. Esquivel é o dirigente mais longevo do futebol sul-americano.
José Maria Marin: ex-presidente da CBF
Penúltimo governador de São Paulo durante o regime militar, presidiu a federação paulista nos anos 1980. Por conta do cargo de vice-presidente para a região sudeste, tornou-se sucessor de Ricardo Teixeira na presidência da CBF quando o ex-mandatário renunciou, em 2012.
OUTROS INDICIADOS
Nicolás Leoz: ex-presidente da Conmebol e ex-membro do comitê executivo da Fifa
O paraguaio presidiu a Conmebol por 17 anos, entre 1986 e 2013. Renunciou ao cargo em 2013 alegando problemas de saúde e pessoais. A saída veio em meio a denúncias de irregularidades em contratos com empresas de marketing. Leoz também foi acusado por um membro da candidatura inglesa para sediar a Copa de 2018 de pedir o título de cavaleiro da Rainha em troca de seu voto.
Jack Warner: ex-presidente da Concacaf e vice-presidente da FIFA
Enfrentou diversas acusações de recebimento de propinas ao longo dos 30 anos em que foi dirigente esportivo, tanto como presidente da Concacaf quanto como membro do Comitê Executivo da Fifa. Renunciou a seus cargos em 2011, em uma época em que a saída da entidade encerrava os procedimentos do Comitê de Ética contra os executivos. Há indícios de que tenha usado recursos da Fifa para construir um centro de treinamento em um terreno de sua propriedade.
Alejandro Burzaco: executivo de mídia da federação argentina
Controla a Torneos y Competencias, canal de esportes argentino.
Aaron Davidson: presidente da Traffic Sports dos Estados Unidos e presidente do conselho da Liga de Futebol Norte-Americana
A Traffic Sports, cujo braço norte-americano é presidido por Davidson, é uma empresa de marketing que promove competições de futebol.
Hugo e Mariano Jinkis: executivos de mídia de futebol
Baseados na Argentina, negociam contratos de direitos de transmissão de competições.
José Margulies: indiciado por intermediar pagamentos ilegais
Conhecido como José Lazaro, o argentino naturalizado brasileiro intermediava contratos da Conmebol com emissoras de televisão e empresas de marketing esportivo. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, afirmou saber da investigação, mas ainda não ter sido informado do indiciamento. Disse não temer ser preso e revelou estar na Alemanha para acompanhar a final da Liga dos Campeões.
* ZH Esportes