O projétil retirado do torcedor morto na noite do último domingo em São Leopoldo pode ter sido trocado por policiais militares. A hipótese é investigada pela Delegacia de Homicídios do município, conforme a Rádio Gaúcha.
O jovem Maicon Doglas de Lima, de 16 anos, foi atingido por dois disparos de arma de fogo na saída do jogo entre Novo Hamburgo e Aimoré. Um dos tiros atingiu as costas. O outro, uma das nádegas de Maicon. Ele chegou a ser levado ao Hospital Centenário, mas não resistiu aos ferimentos.
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A equipe médica que atendeu o torcedor retirou uma das balas que o atingiram. O projétil desapareceu e foi reapresentado por integrantes da Brigada Militar. De acordo com relato de funcionários do hospital, não se trata da mesma bala. A que foi retirada do jovem tinha marcas de sangue. A que foi reapresentada por policiais militares tinha traços de concreto.
A Brigada Militar também abriu uma investigação. De acordo com o comandante do Vale do Sinos, tenente-coronel Carlos Marques, as armas dos PMs já foram recolhidas e serão encaminhadas à perícia. Ele informou que não há registro recente de confronto envolvendo as duas torcidas.
Segundo o comandante da Brigada Militar de Novo Hamburgo, tenente-coronel Luiz Fernando Rodrigues, os PMs estão sendo preservados. Eles foram afastados temporariamente das atividades de rua. O número de policiais deslocados de função não foi informado pelo comandante.
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A briga entre torcidas organizadas de Novo Hamburgo e Aimoré começou nas proximidades da estação Santo Afonso da Trensurb, em Novo Hamburgo, após o empate de dois a dois na partida do Clássico do Vale, válida pela primeira rodada do Campeonato Gaúcho. Ela se estendeu até o bairro Santos Dumont, em São Leopoldo. A Brigada Militar foi acionada para conter a briga. Os PMs informaram que foram recebidos a tiros e revidaram, mas o Boletim de Ocorrência não relata que alguém tenha ficado ferido com esses disparos.
A vítima não tinha passagem pela polícia. A Polícia Civil já fez a solicitação das entregas de cinco armas dos policiais militares. Imagens de câmeras das ruas e da Trensurb já foram solicitadas.
Conforme o tenente-coronel Luiz Fernando Rodrigues, comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Novo Hamburgo, a BM ainda não recebeu uma comunicação oficial da Polícia Civil sobre a suspeita de troca das provas, mas também investigará a hipótese no inquérito militar.
* Rádio Gaúcha