Na última sexta-feira, o STJD julgou novamente o Grêmio pelas injúrias racias proferidas ao goleiro Aranha na Copa do Brasil. O órgão alterou a punição inicialmente imposta ao clube, mas manteve a equipe fora da Copa do Brasil. O advogado Gabriel Vieira concedeu entrevista neste final de semana ao programa Sábado Esporte. Vieira esclareceu os detalhes a respeito do julgamento do Tricolor.
"Foi um mês de muito trabalho, muito intenso. A imagem do Grêmio foi muito maculada, o Grêmio foi pisoteado nos meios sociais e nós tentamos, de todas as formas, uma decisão mais favorável ao clube", iniciou a entrevista.
Gabriel Vieira criticou a forma com o que o julgamento foi conduzido. O profissional também afirmou que o empate em 0 a 0 entre Grêmio e Santos no Campeonato Brasileiro funcionou de forma negativa para o clube.
"Uma decisão política nos dois julgamentos. O primeiro muito mais atendendo o clamor popular e o segundo muito mais baseado no sensacionalismo criado na partida entre Grêmio e Santos pelo Campeonato Brasileiro", comentou.
Para reforçar sua opinião de que o julgamento não foi técnico, o advogado lembrou de um caso de raciscmo ocorrido também na Copa do Brasil deste ano, com pena diferente da aplicada ao Grêmio.
"Um caso idêntico ao do Grêmio foi o do Paraná, isso pra mim é a prova de que não houve justiça nesse processo. O Paraná vencia o São Bernardo por 3 a 1 em casa, pela Copa do Brasil de 2014, um volante do São Bernardoi é expulso e quando estava saidno do campo 2 ou 3 torcedores proferiram injúrias raciais. A procuradoria denunciou pelo paragrafo segundo, onde a pena é só de multa", conta.
Sobre a agremiação ter sido taxada nacionalmente como uma entidade racista, o representante jurídico do clube discorda totalmente. Segundo ele, o time é pioneiro no combate a este crime.
"O que aconteceu na Arena do Grêmio foi lamentável, foi um ato repudiável e o Grêmio fez questão de, desde o princípio, tratar isto desta maneira. Nunca escondeu o que aconteceu e trabalhou sério no curso dos últimos dez anos, porque o Grêmio começou a trabalhar desde 2005 a fundo as questões do preconceito racial. Em 2006 o Grêmio foi reconhecido pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul de que era um clube de vanguarda e proativo nas questões de combate ao racismo", deixou claro.
Gabriel Vieira também falou sobre o caso de Petros, jogador do Corinthians que foi inscrito irregularmente em um sábado. Caso fosse punido o Corinthians poderia perder até 21 pontos.
"A Procuradoria tem o dever de denunciar esse fato, o conhecimento desse caso é público.É uma irregularidade gritante, o Corinthians tem que perder os pontos, o problema é que prescreve em 30 ou 60 dias e a Procuradoria ainda não denunciou", comentou.
O advogado mostrou indignação pela falta de acusação, e afirmou que se o Grêmio estivesse nesta situação o tratamento seria diferente.
"Eu queria ver se fosse com um clube como o Grêmio, certamente o Grêmio não estaria só com menos 4 pontos, estaria com menos 21 pontos", disse.
Ouça a entrevista de Gabriel Vieira ao Sábado Esporte