Mais de um ano após deixar as páginas esportivas para figurar nas páginas policiais, o astro paralímpico Oscar Pistorius está presente nesta segunda-feira no Tribunal de Pretória, na África do Sul, onde é dado o início de seu julgamento. Sob juramento, o ex-atleta sul-africano se declarou inocente frente ao tribunal.
Pistorius havia sido formalmente acusado pelo assassinato de sua ex-namorada, Reeva Steenkamp, em agosto de 2013. Na ocasião, ele chorou durante a audiência. As sessões do julgamento estão agendadas entre 3 e 20 de março.
No julgamento, Pistorius se viu pela primeira vez diante de June Steenkamp, a mãe de Reeva. Os familiares do astro biamputado foram ao tribunal para acompanhar a sessão.
Já durante o julgamento nesta segunda, o advogado de defesa de Pistorius, Barry Roux, reiterou a posição do atleta, que acredita que um intruso entrou em sua casa no momento do crime. O julgamento iniciou com o promotor Gerrie Nel lendo as acusações contra Pistorius.
Barry Roux também reiterou que Pistorius admite que tinha posse de armas não permitidas, mas que isso não muda o fato de ele ser inocente no caso.
Mais tarde, Michelle Burger, vizinha de Oscar Pistorius, testemunhou que acordou durante a madrugada em que o caso ocorreu e escutou quatro tiros. Segundo Burger, durante os disparos, ela também escutou gritos de uma mulher e pedidos de socorro.
- Ela gritou terrivelmente, gritou por socorro. Então eu também ouvi um homem gritando por socorro. Três vezes ele gritou por ajuda - testemunhou Burger.
Relembre o caso de Oscar Pistorius
Oscar Pistorius, de 27 anos, é acusado de matar a tiros Reeva Steenkamp, sua namorada, que na época tinha 29 anos, no dia 14 de fevereiro de 2013. O atleta, no entanto, nega que o ato foi proposital e afirma que disparou contra ela por engano ao ter confundido Reeva com um ladrão escondido no banheiro.
O astro responde em liberdade pelo crime e já foi inclusive autorizado a realizar viagens internacionais. O paratleta também está apto a disputar competições, mas o próprio optou por não competir na atual temporada para focar na defesa do caso.
Além da acusação de assassinato de Reeva, Pistorius ainda foi indiciado por violar a Lei de Controle de Armas de Fogo
Em Londres-2012, ele se tornou o primeiro atleta com as duas pernas amputadas a competir com atletas sem deficiências.