No palco em que o Brasil apenas sonhou jogar a final da última Copa do Mundo, a Seleção de Felipão despede-se dos amistosos antes da convocação para o mundial 2014. O jogo contra a África do Sul tem por objetivo, segundo o treinador, confrontar o time com a escola africana, prevendo o jogo contra Camarões em junho. O caráter decisivo da partida fica por conta de Rafinha e Fernandinho. Os dois conheceram Luís Felipe há dois dias e estão confirmados para começarem jogando, o lateral na vaga de Daniel Alves e o meio-campista no lugar de Luís Gustavo. “Eles podem até jogar os 90 minutos. Preciso observá-los”, afirma o técnico que admite que ainda poderá levar para a Copa jogadores que não tenham sido chamados até agora. Isto, porém, é cada vez mais difícil.
As duas novidades não alteram o jeito de jogar da equipe que mantém os outros nove titulares da Copa das Confederações. Entre estes estão dois que merecem maior observação, o goleiro Júlio César e o atacante Fred que jogaram poucas vezes nos últimos meses. A princípio eles não correm riscos em suas posiçõesde perderem posição, mas Felipão já alertou que vai continuar observando todos os jogadores nos clubes, não admitindo preservação em função do mundial. Quem “tirar o pé” perderá espaço.
Depois deste amistoso, a Seleção só volta a jogar na fase final da preparação, já com os 23 atletas inscritos da Copa, enfrentando o Panamá em Goiânia e a Sérvia em São Paulo no início de junho. A chamada final será antes, no dia nove de maio.
Encontro de mascotes
O Comitê Organizador da Copa do Mundo 2014 está com uma ação forte neste jogo entre África do Sul e Brasil. Celebrando os 100 dias para o início da competição, Fuleco, o mascote deste ano visitou no Soccer City seu antecessor Zakumi. Houve abraços, fotos, autógrafos e até uma sambadinha conjunta dos dois bonecos. Eles fizeram a alegria de uma garotada que estava lá para ver o treino e estarão em campo antes do jogo desta quarta.
Exemplo
Está longe de se dizer que o Soccer City virou um Elefante Branco. O principal estádio do mundial 2010 está melhor do que há quatro anos. Chama a atenção logo na chegada a pavimentação e os gramados ao redor, locais que eram terra bruta na Copa passada. O ajardinamento também é caprichado. Ao entrar, é possível ver que o acabamento que deixava a desejar está feito e muito bem conservado. Mesmo gigante, o Soccer City está limpo, bem decorado e servindo permanentemente para o futebol, para o rugby e grandes shows. Talvez por isto haja o único problema. O gramado está bem castigado, segundo observação atenta do auxiliar técnico Flávio Murtosa.
Temor
O meia-atacante Bernard tem algumas preocupações sérias atualmente. Mesmo tendo no técnico Felipão um grande admirador, ele teme jogar pouco até a Copa. No Shaktar Donetsk da Ucrânia é feito um rodízio de estrangeiros e volta e meia ele fica fora do time. Além disso, o Campeonato Nacional de lá pode ser suspenso em função da situação política do País. O conflito, aliás, também tira um pouco da tranquilidade do jogador. “Já temos uma estratégia montada com a embaixada para tirar a família de lá se a coisa piorar, mas é claro que a gente fica nervoso”, revela.
Queda
Os elogios de Felipão ao lateral a Rafinha e a personalidade do jogador demonstrada antes do jogo contra a África do Sul dão uma forte impressão de que Maycon perdeu espaço, ele que entrou no time em amistosos no ano passado jogando bem e deixando como tendência sua ida ao mundial.
Mandela
O jogo entre África do Sul e Brasil acontece exatamente na data em que completam-se três meses da morte do líder sul-africano Nélson Mandela. A organização da partida prevê uma homenagem ao “Madiba” e a CBF já confirmou que doará parte da cota da Seleção Brasileira nesta partida para a Fundação Nélson Mandela para obras assistenciais.
Amarelo e azul
Como forma de promover os novos uniformes da Seleção Brasileira, o time usará duas cores de camisa no jogo desta quarta-feira. No primeiro tempo o uniforme terá camiseta amarela, calção e meias azuis. Na etapa final será trocada a camisa pela de cor azul, mantendo-se o restante do vestuário.