A Seleção Brasileira, enfim, conseguiu: está na semifinal de um importante torneio. A classificação para esta fase do Mundial Feminino de Handebol da Sérvia veio em jogo duríssimo contra a Hungria, nesta quarta-feira, na Arena Belgrado. A equipe dirigida por Morten Soubak venceu as húngaras e a torcida rival - presente em grande número no ginásio - em partida emocionante, decidida apenas na segunda prorrogação. No tempo normal, 26 a 26. Após a prorrogação, 33-31.
Agora, espera o vencedor de Dinamarca e Alemanha, que duelam às 17h15 (de Brasília) para saber quem será o rival na semifinal.
A equipe verde e amarela supera, desta maneira, a sua melhor performance na história do torneio. Em 2011, em casa, havia ficado com a quinta colocação após cair justamente nas quartas de final contra a Espanha, em pleno Ginásio do Ibirapuera. Mesmo que caia na sexta-feira, o time poderá brigar por uma medalha no domingo, na decisão de terceiro lugar.
A Seleção também deixa para trás o trauma de ser eliminado em partidas de quartas de final. Além de ter perdido para a Espanha em 2011, o time também foi eliminado nesta mesma fase em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres. Na ocasião, o algoz da vez foi a Noruega, atual campeão do mundo, e que se sagraria também campeão olímpico dias mais tarde.
O JOGO
De cara, o Brasil mostrou superioridade. Mesmo com a pressão da torcida húngara, presente e em maioria absoluta na Arena Belgrado, o time brasileiro tomou conta do marcador desde o início. Rapidamente, abriu 5 a 1 e fez com que o técnico húngaro pedisse tempo.
A blitz brasileira na marcação seguiu dando resultado, mas seria prejudicada posteriormente por uma confusa arbitragem. Em um lance, quando o país liderava por 9 a 5, a goleira Bárbara Arenhart sofreu uma punição de dois minutos. Nova jogadora brasileira foi punida pois, de acordo com os juízes, o Brasil fez uma substituição irregular.
Com duas a mais em quadra, as húngaras se aproveitaram para voltarem a se aproximar no marcador. Com destacada atuação de Zsuzsanna Tomori, autora de quatro gols na primeira etapa, as rivais trouxeram a diferença para 9 a 8. A margem do país seria mantida até o fim da etapa inicial, que terminou 12 a 11 para o Brasil. Com quatro gols, Alexandra Nascimento foi o destaque verde e amarelo.
Se os primeiros 30 minutos já haviam sido tensos, a segunda metade do duelo foi ainda mais nervoso. O Brasil abriu três gols de vantagem, mas viu a Hungria ter seu melhor momento na partida. Com a crescente da estrela Anita Gorbicz, as húngaras fizeram 20 a 18.
Morten Soubak foi obrigado a parar o jogo. A pausa deu resultado e o Brasil conseguiu empatar a partida com gols de Duda Amorim e Fernanda, que havia voltado do banco de reservas no lugar de Samira.
Nos cinco minutos finais, a partida alternou gols das duas equipes, que não conseguiram mais abrir uma vantagem superior a um gol. No fim, o campeonato pôde testemunhar a sua primeira prorrogação até aqui: 26 a 26 no tempo normal.
PRORROGAÇÃO
Novamente, os ânimos seriam fundamentais para decidir o vencedor do confronto, nos minutos derradeiros. A goleira brasileira Mayssa, em grande jornada, manteve a Seleção na partida, a despeito de não anotar nenhum gol nos primeiros cinco minutos. Monika Kovacsicz, da Hungria, colocou as rivais em vantagem na primeira etapa do tempo-extra: 27 a 26.
O primeiro gol brasileiro só saiu a seis minutos, com Alexandra Nascimento. Anita Gorbicz, em cobrança de 7 metros, logo colocou as húngaras novamente à frente no marcador. Deonise, aproveitando-se de uma punição de dois minutos das húngaras, empatou novamente, com 2 minutos para o fim de jogo.
Após erro na saída de bola, Alexandra Nascimento recebeu passe de Duda e colocou o Brasil pela primeira vez na frente no marcador, com menos de um minuto para o término do confronto. A Seleção, no entanto, foi incapaz de parar o ataque de Tomori, a 15 segundos do fim, que forçou a segunda prorrogação: 30 a 30.
No segundo tempo da segunda prorrogação, enfim, a vitória brasileira. Gols de Alexandra Nascimento, Mayara e Samira decretaram o triunfo. Vitória verde e amarelo. Fim da maldição das quartas de final: 33 a 31.