
No clássico mais importante da história de Brasil e Argentina no basquete, a seleção brasileira não conseguiu superar os rivais e está fora do torneio masculino dos Jogos Olímpicos de Londres. A equipe foi eliminada nas quartas de final ao perder por 82 a 77, nesta quarta-feira.
O Brasil, que melhorou os arremessos de três no fim, viu sua atuação comprometida pelo aproveitamento nos lances livres - converteu apenas 12 de 24, enquanto os argentinos anotaram 19 de 28. Os cestinhas do duelo foram o ala Leandrinho e o armador Marcelinho Huertas, com 22 pontos.
O retrospecto recente deixa a Argentina entalada na garganta dos brasileiros. Foram quatro derrotas nos últimos quatro confrontos decisivos: nas quartas e oitavas dos Mundiais de 2002 e 2010, respectivamente, e nos Pré-Olímpicos de 2007 e 2011, este último na decisão. Este ano, foram dois encontros, com uma vitória para cada lado em dois torneios amistosos, além da partida desta quarta.
O jogo
A partida começou com uma cesta de dois de Marcelinho Huertas, livre na entrada do garrafão. As duas seleções apertavam muito na marcação e os brasileiros tinham dificuldade na chegada aos pivôs. A alternativa de fuga para os argentinos foi passar a chutar de três. Em arremesso de Nocioni, o jogo ficou em 5 a 3 para os rivais.
Com Varejão, a seleção abriu cinco pontos de vantagem. No meio do quarto, os argentinos chegaram a cinco faltas e tiveram de diminuir a intensidade na marcação. Também pendurado por infrações, Leandrinho foi sacado por Magnano, que colocou Marquinhos em seu lugar.
Em bela jogada, Alex roubou bola e no contra-ataque cravou para fazer 18 a 13, mas em cesta de três novamente os adversários encostaram. O fundamento passou a ser a principal arma dos argentinos, que assumiram a liderança do placar com Delfino após lance semelhante: 19 a 18.
Com o Brasil em dificuldade, Huertas novamente apareceu. Ele converteu dois arremessos de três seguidos e virou para 26 a 23. No fim, Larry Taylor perdeu a oportunidade de aumentar a vantagem, mas os argentinos erraram no lance seguinte e a seleção brasileira fechou o período em 26 a 23. O armador do Barcelona foi o grande nome do primeiro quarto, com 13 pontos.
Em sua especialidade na partida, a Argentina empatou no segundo período com mais três pontos de Scola e virou com Ginóbili, apagado no jogo até então. O Brasil desperdiçou dois ataques seguidos e viu os rivais abrirem cinco pontos. Em bola chorada, Tiago Splitter diminuiu a diferença, mas a seleção voltou a errar nos ataques e foi punida com o bom aproveitamento nos chutes de três dos rivais.
A Argentina claramente controlava o tempo no ataque até ter espaço para o chute de três. Com isso, ela bagunçou a marcação brasileira, que passou a cometer faltas. Com 10 segundos para o fim, Leandrinho errou dois lances livres, fundamento que o Brasil teve aproveitamento de 50%, e o jogo foi para o intervalo com 46 a 40.
Na volta, Huertas continuou liderando a equipe, mas o Brasil deixou espaços demais na defesa e a Argentina dominou o terceiro quarto. Nocioni, livre na entrada do garrafão, fez 52 a 44. Na jogada seguinte Splitter perdeu a bola no ataque e os argentinos colocaram 10 pontos de vantagem. A situação se complicou para os brasileiros. O time não conseguia definir as jogadas e sofria para deter os rivais na defesa.
O desespero do Brasil ficou evidente em contra-ataque em que Alex errou a bandeja e Giovannoni segurou a bola pedindo falta. Só que o ala andou ao reclamar e a infranção foi dada contra o Brasil. A partir daí, desconcentrado, o time repetiu os erros de outras derrotas e passou a insistir nos chutes de três, que não caíam. Com isso, os rivais abriram 15 pontos de vantagem no placar. Leandrinho anotou cinco pontos seguidos, mas a situação continuou muito difícil: 64 a 54.
Na parte final, os brasileiros forçaram a defesa argentina a cometer faltas. Com a tática, o time conseguiu aumentar sua posse bola, mas os erros, principalmente nos chutes de três, continuaram e impediram que o Brasil encostasse no placar.
Nenê converteu lance livre e deixou o jogo em 70 a 62 na metade do quarto. Os argentinos passaram a errar no ataque e Leandrinho diminuiu para seis a desvantagem na jogada seguinte.
O Brasil aumentou o ritmo e deixou o jogo aberto no fim. Alex fez 68 a 70 e a seleção brasileira voltou a estar perto da virada, mas o time se desesperou e não conseguiu assumir a liderança, apesar das chances. Já os argentinos se recuperaram e - com mais frieza - garantiram a classificação para a semifinal, ao vencerem por 82 a 77.