O Genoa será obrigado a jogar duas partidas com portões fechados no Campeonato Italiano por causa dos incidentes ocorridos neste domingo, no duelo contra o Siena, quando torcedores invadiram o campo e chegaram a paralisar a partida por mais de 40 minutos.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira pela Liga de Futebol Italiana, o juiz esportivo Gianpaolo Tosel apontou que a medida contra o clube é feita pela responsabilidade no "comportamento violento, agressivo e intimidador" dos 'ultras'.
O magistrado afirmou que a situação "não tem precedentes na história do futebol italiano". Aos oito minutos do segundo tempo do duelo válido pela 34ª rodada do Campeonato Italiano, torcedores iniciaram uma revolta por conta do placar negativo de 4 a 0 para o Siena.
Os 'ultras' chegaram a entrar nas tribunas do Estádio Luigi Ferraris para ter acesso aos vestiários da equipe genovesa. Durante o incidente, rojões foram lançados contra o gramado e os jogadores acuados, ao ponto de receberem ordem dos torcedores para que tirassem a camisa do clube.
Na nota, Tosel afirmou que usou as imagens da TV, que mostraram com detalhes a ação dos torcedores, para definir a punição. E em investigação paralela, através destas imagens e de fotografias, a polícia italiana está tentando identificar os 70 'ultras' do Genoa que participaram da ação no Luigi Ferraris. Os torcedores identificados receberão da polícia, a chamada "Daspo", ou seja, ordem que os proíbe de assistirem qualquer evento esportivo. Além disso, eles ainda correm risco de serem presos.
A acusação contra o grupo é de dano ao estádio, lançamento de objetos no campo, violência e interrupção da partida. O presidente do Comitê Olímpico Italiano, Gianni Petrucci, comentou sobre o incidente e qualificou o episódio como "uma das páginas mais negras do Campeonato Italiano". Ele criticou a negociação entre jogadores e torcedores no centro do campo, quando os atletas chegaram a ceder à pressão dos 'ultras'.
O presidente do Genoa, Enrico Preziozi, defendeu seus jogadores e afirmou que pediu para que os atletas acatassem o pedido feito pelos invasores por "bom senso", para fazer com que todos permanecessem tranquilos, conforme disse em entrevista a emissora de rádio RAI1. Ainda segundo a imprensa, a polícia foi contrária a atitude dos jogadores e chegaram a pedir para que não tirassem a camisa do clube.
Nesta segunda-feira, o presidente do Genoa anunciou a demissão do técnico Alberto Malesani, que dará lugar a Luigi Di Canio. A equipe é a 18ª colocada no Italiano e está na zona de rebaixamento, com 36 pontos, faltando cinco rodadas para o término da competição.
Crise
Genoa é punido após invasão de campo de torcedores na Itália
Protesto ocorreu durante partida contra o Siena, no último domingo
GZH faz parte do The Trust Project