A briga que tomou conta do jogo entre Al Ahly e Al Masry, em Port Said, no Egito, teve pouca ação policial. O empresário brasileiro, Mohamed Youssef Moustafa, que mora no país, estava no estádio e diz que a segurança era nula.
- Só o que tinha a fazer era rezar. Desde a revolução política no país, a polícia é omissa. Em grandes eventos, como este, que tinha 50 mil pessoas, ela simplesmente não tem autoridade para mandar em ninguém, aí os vândalos fazem o que querem - disse Moustafa.
O empresário, que estava na área VIP do estádio, tinha ainda mais motivos para ficar desesperado: sua irmã é jornalista e estava em campo. Ele conta que todo tipo de objeto virou arma, sem contar as bombas e morteiros que foram lançadas.
- Eu vi um homem de uns 50 anos, na minha frente, pegando uma cadeira e batendo em um torcedor rival. Outros arrancavam pedaços de grades, alguns jogavam pedras, muitos usavam facas, pedaços de vidros, tudo.
Times rivais
Mohamed explica que os dois times se odeiam. São os dois clubes que têm as maiores torcidas do país, e que as brigas já aconteciam durante o jogo.
- No segundo tempo, as confusões já ocorriam, tanto que o juiz da partida interrompeu o jogo por sete minutos, mas assim que ele apitou o final, as provocações ficaram maiores, e não havia mais o que a polícia comum, que é a única que fica nos estádios, fazer - explicou.
Por causa da briga, ele já pensa até em sair do país.
- Fiquei muito triste mesmo. Isso não é futebol. Matar pessoas? Isso é terrorismo. As pessoas vão aos estádios para curtir, não para participar disso - concluiu.
Até o momento, 73 mortes já foram confirmadas.
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