A modernidade avança em todos os segmentos da vida com o uso massivo de tecnologia. Ferramentas facilitam a vida, proporcionam comodidade, otimizam eficiência e viabilizam segurança.
No futebol não é diferente, mas em alguns aspectos merece, ainda, a pecha de "esporte bretão" porque continua na idade da pedra.
No épico jogo entre Lanús e River Plate, no Estádio La Fortaleza, foi possível vislumbrar os contrastes do futebol sul-americano. O gol decisivo para a classificação do time da casa à final da Copa Libertadores da América só foi possível graças à tecnologia que permeia os esportes mais desenvolvidos em todos os continentes.
A marcação do pênalti resultou da consulta que o árbitro Wilmar Roldán fez ao juiz de vídeo. À beira do gramado, o colombiano flagrou a infração e confirmou a penalidade. Convertida, o River esboçou uma reação em busca do gol salvador, o que resultou numa sucessão de escanteios.
No canto do gramado, câmeras de TV flagraram o máximo da selvageria: diligentes soldados, devidamente paramentados por roupas e equipamentos de segurança, bradavam escudos para proteger o batedor de escanteios.
Apesar da improvisada cobertura, uma chuva de objetos, arremessados sem qualquer reação da arbitragem, alvejou o jogador do River. Por tudo isso, fico em dúvida entre rir ou chorar diante da comparação de alguns colegas de imprensa que insistem em fazer paralelos entre a Libertadores com a Liga dos Campeões. Nosso torneio é um arremedo de mau gosto, resultado de administrações corruptas, fraudulentas e descompromissadas com o avanço do futebol que culminou na prisão de dirigentes.
Não bastassem as cenas dantescas de covardia da torcida do Lanús, a opinião pública foi sacudida por outro episódio inimaginável: o Barcelona chegou a Porto Alegre às 5h... do dia do jogo! O que mais falta para batizar-se a Libertadores de "torneio de várzea de luxo", embora – justiça seja feita! – muitos jogos amadores de final de semana tenham mais segurança e até ambulância e organização?
Já nós, gaúchos, brindamos os clubes visitantes com uma organização impecável, graças ao trabalho da EPTC, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Federal, prefeitura, governo do Estado e todas as estruturas de segurança. A diferença de tratamento é gritante, injusta e ofensiva ao Estado que ostenta dois títulos mundiais.