
Andrés D'Alessandro, diretor esportivo do Inter, está no Paraguai acompanhando o sorteio da Libertadores. Craque nos campos e ainda iniciante na função nos gabinetes, o argentino foi uma das atrações em Luque.
Conversou com antigos colegas de futebol, circulou entre os dirigentes e emprestou prestígio à cerimônia. Em entrevista a GZH, ele falou sobre a função e, claro, comemorou o título gaúcho, conquistado no domingo.
Sobre o cargo, o histórico camisa 10 admitiu que ainda está "tateando". No clube desde agosto do ano passado, tem sido uma espécie de ponte entre jogadores, comissão técnica e direção. Está conhecendo os meandros da função:
— O futebol te ensina dia a dia. Toda vez aparecem situações diferentes, que precisam ser administradas, temos de saber reagir e lidar. Meu trabalho depende da relação com o treinador e com os atletas, envolve diálogo com eles, mas sem invadir os espaços. E isso foi o mais difícil para mim — avaliou.
Dale fez questão de destacar que não entra no vestiário nos treinos. Apenas nos jogos, por conta do incentivo:
— Pela experiência, sei que o atleta gosta de estar sozinho algumas vezes. É melhor aprender ganhando do que perdendo. Perdendo, duvidamos de coisas que fazemos bem. Ganhando, conseguimos reforçar e buscar novos caminhos.
D'Alessandro valorizou os companheiros de futebol. Segundo ele, o trabalho só funciona graças ao suporte dado pelo vice, José Olavo Bisol, pelo executivo André Mazzuco, pelo diretor Felipe Dallegrave e pelo gerente de mercado Ricardo Caco Sobrinho. São eles, de acordo com D'Ale, que tentam aliviar o trabalho da comissão técnica e também do presidente Alessandro Barcellos.
— Vamos errar tentando acertar, mas sem fazer loucuras e cuidando do clube — garantiu.
Conversando com antigos companheiros, que atualmente exercem funções executivas nos clubes, D'Alessandro falou sobre o calendário. O acúmulo de jogos obriga os times a ter ao menos 35 jogadores no grupo, para suportar bem os períodos de lesões, suspensões e convocações às seleções.
Outro tema da pauta foi o título gaúcho. A reconquista do Estadual após oito anos foi bastante celebrada, especialmente por impedir o octa do Grêmio, mantendo a marca como uma exclusividade colorada. Disse o ex-camisa 10:
— Dormi pouco à noite, vale a pena comemorar quando ganhamos. Não podemos extravasar muito porque, sabe como é o futebol, amanhã todos esquecem. Nós não. Só que vai se falar do sorteio da Libertadores, vai iniciar o Brasileirão. Temos de comemorar, foi um título gaúcho importante por tudo o que se criou e pelo contexto, mas daqui a três dias temos de focar porque dia 29 tem a estreia no Maracanã e depois a Libertadores.
Para ele, a conquista tem de ser valorizada também como uma espécie de atestado de caminhar na direção certa. Vencer "em casa" ajuda a estruturar o resto do ano.
— Sempre valorizei o Gauchão, falo que, na nossa terra, temos de ganhar. Se começa o ano perdendo, é mais difícil do que ganhando. É outra confiança, outra perspectiva para o que vem pela frente. Ganhando, carimba tudo o que fez. Esse título não começou agora em janeiro, foi no ano passado, com a chegada do Roger e da comissão. Depois viemos Mazzuco e eu, em agosto. Mas o trabalho já vinha sendo feito, com uma análise do que precisava a curto prazo nos últimos meses do campeonato, para ocnquistar a vaga direta para a fase de grupos da Libertadores. Isso foi importante para dar uma folga no calendário, já foram duas eliminatórias. Teríamos tido mais jogos a cada três dias, e para isso precisa elenco — finalizou.