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Ser dono da melhor campanha na primeira fase do Gauchão deu ao Inter duas supostas vantagens. Uma é enfrentar o único classificado para esta etapa que não faz parte da Série A nacional.
A outra é decidir o confronto no Beira-Rio. Mas o histórico recente colorado não garante sucesso por nenhuma dessas duas razões.
No ano passado, o Inter recebeu o Juventude na partida de volta depois de ter empatado a ida no Alfredo Jaconi. E não conseguiu fazer valer o fator local. Novo empate e derrota nos pênaltis, frustrando 40 mil pessoas no Beira-Rio.
O time, na época treinado por Eduardo Coudet, era dono da melhor campanha geral, passava por cima de todos os adversários.
Em 2023, o Inter era o segundo, atrás do Grêmio. Na semifinal, pegou o Caxias. Empatou no Centenário em 1 a 1. No Beira-Rio, saiu ganhando cedo, mas cedeu o empate. Nos pênaltis, o time de Mano Menezes foi eliminado.
E ainda teve 2020. O Gauchão tinha outra fórmula, com dois turnos. Melhor campanha do primeiro, enfrentou o Grêmio, no Beira-Rio, pela semifinal. Jogo único.
Após ficar com um a menos desde o primeiro tempo, a equipe de Coudet manteve o jogo equilibrado até os instantes finais da segunda etapa, quando Diego Souza fez o gol da vitória do rival.
Os aprendizados
Algumas lições podem ser aprendidas. A primeira é que nem sempre empatar a partida de ida fora de casa é garantia de classificação.
Por vezes, é preferível arriscar em busca da vitória do que temer levar um gol e ter de buscar o resultado em Porto Alegre.
A segunda é a repetição do ano passado, que gera um dilema, inclusive. Em 2024, o Inter não conseguiu inscrever Thiago Maia, Fernando e Borré, que foram contratados após o encerramento do período de inscrições do Gauchão.
E na reta final, perdeu Alario e teve um Valencia descontado. Faltou força ofensiva ao time.
Agora, isso se repete com Alan Patrick e Wesley. O ponteiro teve uma lesão muscular e já está praticamente descartado do Gauchão.
O camisa 10, entretanto, ainda tem chances de jogar. Ele teve uma lesão ligamentar no tornozelo direito e segue tratamento. Está fora da primeira partida e há esperança de que volte na sequência.
Cuidado com lesões
Aí entra outro ponto. No ano passado, o Inter antecipou a volta de Valencia (que tinha sofrido uma contusão no pé) para as semifinais. E perdeu o equatoriano por dois meses.
O atacante foi desfalque nas primeiras rodadas do Brasileirão e só retornou quando os gaúchos voltaram a jogar depois das enchentes de maio.
O tema foi abordado na entrevista coletiva de Roger. Respondeu o técnico:
— Jogador de futebol se machuca. Ponto. O que temos é a possibilidade de fazer a gestão das cargas para que os atletas mantenham a integridade física. Infelizmente não temos uma máquina para aferir 100% que no próximo pique o atleta não vai se lesionar.
O treinador defendeu a utilização de força máxima em basicamente todas as rodadas do Estadual. Segundo ele, o sacrifício foi necessário para atingir os resultados:
— O planejamento foi bem feito, não atoa conseguimos conquistar o primeiro objetivo da temporada, que é o primeiro lugar geral e fazer as definições em casa. A gente não vai acertar sempre, mas, na medida dessa correria de ter oito jogos decisivos em 35 dias, não há corpo que aguente. Não há planejamento, minutagem, tratamento, prevenção. Infelizmente vai ter lesão.
As lições estão aí. Cabe ao Inter, agora, aproveitá-las para encerrar o período de seca.
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