A enchente que trouxe estragos ao complexo Beira-Rio, em Porto Alegre, também acabou prejudicando a área do futuro CT do Inter, que seria construído na cidade de Guaíba. O clube possui as licenças necessárias e já havia finalizado os projetos executivos. Agora, após os alagamentos, a direção avalia a necessidade de modificações no projeto inicial.
Orçada inicialmente entre R$ 80 e R$ 100 milhões, a obra do novo CT será revisada. Por conta da insegurança envolvendo a possibilidade de novas inundações no local, que possui 90 hectares, os dirigentes reconhecem a possibilidade de um redirecionamento neste momento. Novos estudos deverão ser contratados nos próximos dias para uma avaliação total dos estragos ocorridos no terreno.
Após a finalização do projeto inicial, a ideia seria partir em busca de parceiros para a construção do futuro novo Centro de Treinamentos. Mas, devido às incertezas envolvendo o local, esta captação de investidores está paralisada. A construção do CT Colorado, na região metropolitana de Porto Alegre, teria como ideia inicial aproximar todas as categorias do clube. A obra envolvia a construção de 14 campos de futebol, academias e alojamentos para a base e para o elenco profissional.
A construção do novo CT do Inter em Guaíba, ao que tudo indica, passará por um debate envolvendo também os conselheiros do clube. Ainda não existe uma data para esse encontro, já que todos os esforços neste momento estão voltados para a recuperação total do estádio Beira-Rio.
O Inter, inclusive, já tem data confirmada para voltar à sua casa. O jogo contra o Juventude, no dia 10 de julho, pela terceira fase da Copa do Brasil, está confirmado para o Beira-Rio. A direção avalia, no entanto, a possibilidade de antecipar o retorno do estádio para o dia 7, no jogo contra o Vasco, pelo Brasileirão.
CT Parque Gigante
Outro debate que deverá ocorrer envolve o CT do Parque Gigante. Localizado às margens do Guaíba, o terreno foi completamente inundado pelas enchentes de maio. O prejuízo calculado pelo clube, somente com os estragos no centro de treinamentos, supera os R$ 3 milhões. E assim como existe o receio de um grande investimento em Guaíba, o mesmo se aplica ao terreno localizado em Porto Alegre.
— Precisamos realizar um debate interno no clube para saber qual será o futuro do CT (Parque Gigante). Se vai continuar ali ou em outro lugar. Ninguém vai deixar de pensar que isso (enchente) não poderá acontecer de novo. Não estou dizendo que o CT vai sair dali, mas é preciso ser feito esse debate. Precisamos avaliar o que será feito, um sistema de proteção completo. Vamos fazer uma obra emergencial para voltarmos a treinador no nosso CT — disse o presidente Alessandro Barcellos em entrevista à Rádio Gaúcha.
A projeção inicial é de que as obras para recuperação do CT Parque Gigante sigam ocorrendo durante o início de julho. A estrutura será minimamente recuperada para que os atletas possam voltar aos treinos em Porto Alegre.