O presidente do Inter, Alessandro Barcellos, concedeu entrevista ao ge.globo para falar sobre o momento do clube e a briga pela Libertadores. Entre outros assuntos, abordou temas como a mudança de comissão técnica, a qualidade do grupo e, também, a estratégia para o próximo jogo.
Ele tentou despistar sobre o time que Eduardo Coudet usará para enfrentar o Athletico-PR, seis dias antes de abrir as semifinais da competição continental, diante do Fluminense, especialmente pelo fato de ter vencido o São Paulo e ganhado fôlego no Brasileirão.
— É uma decisão conjunta, com tempo de planejamento. Não se decide na semana do jogo. Os resultados impactam na tomada de decisão. A comissão técnica está preocupada em ter atletas em condições de atuar em todos os jogos. Coudet está trabalhando com isso, com a possiblidade de ter a melhor equipe para enfrentar o Athletico-PR, mas preocupado também com o retorno de jogadores sem ritmo e que podem não estar 100% para iniciar uma partida no gramado sintético.
Aliás, sobre o confronto da Libertadores, Barcellos jogou o favoritismo para os cariocas.
— O Fluminense tem uma vantagem que é o trabalho consolidado há mais tempo, com a mesma comissão técnica, com jogadores acostumados a executar o modelo. Isso fez o Diniz ser escolhido para ser treinador da Seleção Brasileira. Tudo traz ao Fluminense uma situação melhor. Mas não quer dizer que não podemos enfrentar isso. O que temos é uma margem de evolução.
Perguntado sobre as razões que o levaram a mudar a comissão técnica, trocando Mano Menezes por Eduardo Coudet, Barcellos fez questão de elogiar o antigo comandante.
— O modelo que o Mano joga exige coisas diferentes do que o do Coudet. Ele foi um treinador importantíssimo no Inter. Quando assumiu, em 2022, estávamos em uma situação difícil, e ele recuperou a equipe com esses jogadores e fez nossa melhor campanha em pontos corridos, com o vice-campeonato. Preparamos o 2023 com um otimismo maior do que poderíamos ter. A manutenção da equipe era nosso objetivo, entendendo que iniciaríamos em um novo patamar. Mas não aconteceu.
De acordo com Barcellos, foram feitas as substituições que se entenderam necessárias para melhorar ainda em 2023 antes de alterar a comissão técnica, mas o efeito não foi o esperado.
— Fizemos a troca na preparação física e na coordenação porque entendemos que faltava conectividade nas áreas. Evoluímos, nos classificamos na fase de grupo sob comando do Mano, mas entendemos que precisávamos fazer mudanças na forma de jogar para aproveitar mais o potencial e a maneira que vínhamos jogando. É um contexto normal no futebol. A mudança teve um efeito positivo na nossa classificação contra o River Plate, porém não posso dizer que não teria evolução com o Mano. São coisas do futebol. Ele construiu nosso elenco e também outras coisas que envolvem até aspectos financeiros. Foi muito competente na visão de um clube sustentável, e isso precisa ser valorizado.