Continuidade é a palavra que define o trabalho de Maurício Salgado à frente das Gurias Coloradas. Em Porto Alegre desde 2019, o treinador vai para sua quinta temporada no comando do time feminino do Inter. Neste período, foram três títulos estaduais e a melhor campanha da história do clube no Brasileirão Feminino: o vice-campeonato de 2022. Agora, ele sabe que a expectativa está ainda mais alta.
— O Inter construiu uma história em que se espera do clube estar na elite. Tentamos trabalhar isso com elas de forma que não seja um peso negativo, porque era o que queríamos. Em cima disso, sabemos que é um time novo, mas um grupo muito ambicioso e que tem uma história a contar. Fomos vice-campeões no ano passado. O que pode ser melhor do que isso? Ser campeão — ressalta o treinador em entrevista ao podcast Resenha das Gurias.
Em relação ao elenco, o Inter perdeu 14 atletas e contratou nove reforços — seis já estrearam com a camisa colorada. Para o embate deste sábado, às 11h, contra o Athletico-PR, duas titulares não devem jogar: a meia Fany Gauto e a atacante Fabiola Sandoval. Ambas estavam com a seleção paraguaia na disputa da repescagem para a Copa do Mundo. Para seus lugares, Analuyza e Priscila podem receber oportunidades.
— Vamos ter o jogo contra o Athletico-PR em uma dinâmica em que jogadoras estavam na seleção e não devem chegar em condições de jogo. Estavam disputando repescagem, do outro lado do mundo, com 10 horas de fuso horário. Quando se tira uma parte do todo, você sente a falta, mas nós estamos prontos para jogar e elas sabem disso. Nosso time sabe que isso aconteceu agora e pode acontecer em outras situações — explica o técnico Maurício Salgado.
O adversário deste sábado é o mesmo da estreia em 2023. Em 4 de fevereiro, as Gurias Coloradas receberam o Athletico-PR na primeira fase da Supercopa do Brasil, e venceram. O 5 a 1, que marcou o primeiro embate entre as equipes, garantiu a classificação do Inter às semifinais.
— Acabou acontecendo de enfrentarmos o mesmo adversário da Supercopa, que foi a primeira partida do ano. Trabalhamos bastante em coisas que podem ser benéficas, no sentido de comparativo, para conseguirmos ter em curto período de tempo o nosso grau de evolução. E, no começo de temporada, com elenco novo, o principal é que tenhamos evolução e que ela seja rápida. Então, ficamos muito satisfeitos com a Supercopa.
Após o Brasileirão, o Inter também viverá algo inédito no âmbito feminino. Em outubro, elas estrearão na Copa Libertadores, na Colômbia, em busca da primeira taça sul-americana do time profissional — na base, a conquista já veio na categoria sub-16.
— Os campeonatos que nós temos antes da Libertadores sempre têm um objetivo em si e também te prepara para o outro. Usamos a Supercopa com o objetivo de ganhar, mas como preparatório para o Brasileirão. Agora, vamos usar o Campeonato Brasileiro com o objetivo em si que é fazer uma grande campanha, mas como preparatório para a Libertadores, para que consigamos identificar o que funciona e o que não funciona, quais são as nossas eventuais carências, porque o Inter é um time grande que está sempre atento ao mercado — reitera o técnico.