Ter 40 mil torcedores em um estádio é indicativo de que 90 minutos importantes serão disputados. Os colorados presentes no Beira-Rio na terça-feira (5) se prepararam para uma noite de relevância na temporada. E o que eles viram das arquibancadas foi mais grandioso, uma classificação histórica do Inter diante do Colo-Colo, pela Copa Sul-Americana. A goleada, de virada, por 4 a 1, colocou a equipe gaúcha nas quartas de final do torneio.
Será uma noite que será contada para gerações futuras. Não apenas o Inter reverteu uma situação difícil, mas alcançou a maior virada em mata-mata dos mais de 100 anos de vida do clube. Tudo tendo como pano de fundo a simbiose entre os jogadores e a torcida.
Confira em cinco atos os momentos mais marcantes da classificação colorada no Beira-Rio.
1) O empate
Nem mesmo o gol de pênalti do Colo-Colo no começo do jogo desestabilizou jogadores e torcida, só complicou um pouco mais a tarefa, o que aumentou o tamanho do feito.
A expectativa se manteve elevada com o gol de empate, marcado por Alan Patrick, aos 28 minutos do primeiro tempo, após bate-rebate entre Alemão e a defesa chilena. Com o 1 a 1, o Inter tinha mais de uma hora para marcar outras três vezes.
2) A virada
A matemática ficou mais favorável instantes depois, quando Edenilson virou o placar. Após cruzamento de Moisés, o capitão deixou o Inter em vantagem, aos 32 minutos da primeira etapa. Se antes era preciso um gol a praticamente 20 minutos, agora os números indicavam que o time tinha 57 minutos para ir às redes duas vezes.
3) Esperança reforçada
A tarefa número 1 de um centroavante é vencer o goleiro adversário, não importa como. Ao melhor estilo Dadá Maravilha, que diz "não existe gol feio, feio é não fazer gol", Alemão ampliou a vantagem aos 15 minutos do segundo tempo. Ele não chutou a gol. A cobrança de escanteio de Edenilson bateu no corpanzil de 1m82cm de altura do atacante antes de cruzar a linha. Era mais um gol para o Inter e mais uma cena de filme para a carreira de Alemão.
4) A classificação
Em situações complexas em um mata-mata, o relógio é um dos piores inimigos. Não foi o caso para o Inter. Torcida e jogadores foram mais rápidos do que os ponteiros para tirar o time do buraco em que estava enfiado. O autor da façanha não podia ser mais emblemático. Colorado desde criancinha, o principal lance do jogo caiu nos pés de Pedro Henrique.
Ele chutou como todo colorado presente no Beira-Rio, que assistia pela TV, ouvia pelo rádio ou até como os que não acompanhavam o jogo queriam que ele chutasse. O ponta ingressou na área e deu um tapa para colocar a bola na bochecha da rede e classificar o Inter.
5) A festa
O gol de Pedro Henrique saiu aos 28 minutos do segundo tempo. Sobraram 17 minutos, mais os acréscimos, para se deleitar com o feito enquanto a bola rolava no Beira-Rio. A festa da torcida tinha começado horas antes do jogo, quando o ônibus com a delegação colorada foi recebido pelas "ruas de fogo". Continuou durante os 90 minutos, prosseguiu depois do apito final e, se depender do torcedor colorado, só terminará com o bi da Sul-Americana.