O Inter inicia nesta noite, na distante cidade de Ceará-Mirim, na Grande Natal, sua participação na Copa do Brasil de 2022. A partir das 21h30min, o Colorado enfrentará o Globo-RN em jogo no qual o técnico Alexander Medina não contará com seu capitão Taison. D'Alessandro, Boschilia e Mauricio brigam pela vaga deixada pelo camisa 7 no sistema ofensivo.
Taison, que já não havia participado do treinamento de terça-feira (1º) por questões familiares, foi ausência novamente no treino de quarta-feira (2), que marcou o retorno da imprensa ao CT Parque Gigante desde o início da pandemia, e acabou liberado da viagem ao Nordeste. Na semana passada, o capitão colorado também tinha ficado fora de alguns treinamentos em razão da morte do irmão Leandro Freda, em 20 de fevereiro.
Quando a participação de Taison no Gre-Nal marcado para o último sábado ficou sob dúvida — depois ele acabou relacionado e iria atuar no jogo que acabou adiado pelo apedrejamento ao ônibus do Grêmio na chegada ao Beira-Rio —, Cacique Medina cogitou iniciar com D'Alessandro levando em conta a experiência do camisa 10 diante do rival.
Agora, sem o peso de um clássico, D'Ale tem a concorrência de Mauricio e Boschilia para um lugar na equipe. Os três já atuaram no Gauchão na função que tem Taison como titular colorado.
Independente de ser titular, D'Alessandro atingirá uma marca histórica se entrar em algum momento da partida desta noite. Isso porque ele completará seu jogo de número 524 pelo Inter tornando-se de forma isolada o segundo atleta que mais defendeu o clube. No momento, D'Ale está igualado ao ex-zagueiro dos anos 1960 e 1970 Bibiano Pontes. Os dois estão atrás apenas do inalcançável Valdomiro, com suas 803 presenças com a camisa vermelha.
Sendo agora ultrapassado no ranking de mais jogos pelo Inter, Bibiano Pontes se diz feliz de ver D'Alessandro, a quem ele considera um ídolo, atingindo a marca.
— Eu fico feliz. Sempre disse para todos que até gostaria de vê-lo mais tempo no Inter. Em todos os anos que eu estive, e depois, considero o D'Alessandro o maior ídolo. Foram vários, Falcão, Figueroa, Tesourinha, Paulo César Carpegiani. Ele sempre foi um exemplo dentro e fora do campo. Exemplo como jogador e cidadão, que ajuda muitas pessoas com seus projetos — disse Bibiano Pontes, que defendeu o Inter por 11 temporadas, em conversa com GZH.
Essa marca de Pontes foi assunto na volta de D'Alessandro ao Inter, no começo do ano. Ainda que naquele momento faltassem apenas sete partidas para ultrapassar o ex-zagueiro, o argentino ressaltou que seu retorno ao Beira-Rio não visava nenhum recorde e chegou a dizer que ficaria satisfeito mesmo que fosse utilizado por Medina em apenas alguns minutos do Gauchão.
— Ser o terceiro jogador na história do clube é um orgulho para mim. Hoje é muito difícil encontrar atletas que fiquem tanto tempo em um clube. Não voltei para cumprir esse objetivo (de se tornar o segundo). Se acontecer ficarei muito feliz, mas se não acontecer e fizer parte de dois ou três jogos estará bom para mim. Isso vai depender de como o treinador irá me ver nos treinos e do que vai precisar. Eu voltei para ficar à disposição do treinador e do presidente. Estarei para ajudar no que precisar, seja um minuto ou dois. De repente faço uma partida ou duas em quatro meses, isso não vai tirar a minha felicidade por ter voltado, por estar com o grupo e vestir novamente essa camisa — afirmou D'Ale em 13 de janeiro.
Daquela expectativa de ser usado em apenas poucos minutos a ter a titularidade no clássico Gre-Nal cogitada, D'Alessandro esteve em campo já em seis partidas do Gauchão. Foi titular em uma, o empate com o São Luiz, em Ijuí, e anotou um gol, na vitória de 2 a 0 sobre o União-FW. Nessas duas partidas ele acabou eleito pela equipe da Rádio Gaúcha como o melhor em campo.
Para Bibiano Pontes, o camisa 10 deve repensar a ideia de aposentadoria ao final do Estadual e prorrogar o contrato até o final do ano.
— O contrato dele não deve terminar agora quando acabar o Gauchão. Creio que o D'Ale tem condições de ajudar o Inter dentro e fora do campo. Ele é um exemplo de jogador, pela idade que tem e a dedicação que demonstra nos treinamentos. É importante ter alguns jogadores mais veteranos para ajudar os jovens. O D'Alessandro estando no grupo poderá fazer esse papel, como o Taison também faz — observa.
A discussão sobre D'Alessandro estender seu contrato certamente seguirá até o final do Gauchão. Antes disso, porém, o Inter precisa resolver sua vida na primeira fase da Copa do Brasil diante do Globo, no Rio Grande do Norte, com D'Ale sendo titular ou entrando no decorrer do jogo.
ESTREIA DE BUSTOS
Enquanto D'Alessandro está perto de virar de forma isolada o segundo jogador que mais vestiu a camisa do Inter, outro argentino fará sua estreia com a camisa colorada. Fabricio Bustos terá nesta noite, em Ceará-Mirim, a oportunidade de mostrar para a torcida que pode resolver o problema da lateral direita do time de Alexander Medina.
Contratado do Independiente, Bustos teve o nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF na semana passada e estava pronto para atuar no Gre-Nal 435. O adiamento do clássico permitiu mais tempo para ele se preparar para a estreia e também não ter de fazer seu primeiro jogo já diante do rival. Embora tenha se apresentado em boas condições físicas, Bustos não disputa uma partida oficial desde 30 de novembro.
A exceção de Taison, a tendência é de que Alexander Medina mande a campo nesta noite a ideia de equipe que iria usar no Gre-Nal 435, tendo externamente a dúvida entre Johnny e Dourado na primeira linha do meio-campo.
OS 10 MAIS DO INTER
- 1º) Valdomiro - 803
- 2º) D'Alessandro - 523
- Bibiano Pontes - 523
- 4º) Dorinho - 460
- 5º) Luiz Carlos Winck - 453
- 6º) Claudiomiro - 420
- 7º) Gainete - 410
- 8º) Mauro Galvão - 393
- 9º) Paulo Roberto Falcão - 392
- 10º) Índio - 391
D'Alessandro pelo Inter
- 523 jogos
- 96 gols
- 113 assistências