
Na quarta-feira (5), Inter e Olimpia se enfrentam, às 21h, no Beira-Rio, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. Enquanto o Colorado tenta esquecer a derrota para o Juventude por 1 a 0, no jogo de ida da semifinal do Gauchão, o adversário vai em busca de recuperação da confiança após perder o clássico diante do Cerro Porteño por 2 a 0, no sábado (1º), pelo Campeonato Paraguaio.
Embora esteja na vice-liderança da competição nacional, atrás apenas do Libertad, o revés diante do Cerro fez com que as primeiras críticas ao técnico Sérgio Orteman aparecessem, mesmo que o uruguaio, campeão da Libertadores pelo clube em 2002 como jogador, esteja há apenas oito partidas no comando da equipe.
— A derrota no clássico foi um golpe duro, com muitas críticas, principalmente ao treinador, pelas decisões que foram tomadas. O Olimpia chega em uma situação nada boa. Não está tendo boas atuações. Tem muitos jogadores lesionados e em processo de buscar a melhor forma. São muitos jogadores que não vivem o momento ideal — destaca o jornalista Gabriel Cazenave, do jornal ABC Color, de Assunção.
Na Libertadores, assim como o Inter, o Olimpia tem uma derrota como visitante e uma vitória dentro de casa. Na estreia, perdeu para o Deportivo Táchira por 3 a 2, na Venezuela. Na segunda rodada, ganhou do Always Ready por 2 a 1, no Defensores del Chaco, com dificuldades. O grande objetivo do Olimpia na temporada é fazer uma boa campanha na principal competição da América do Sul, mas o desempenho inicial ficou abaixo do pretendido pelos paraguaios, que veem o duelo em Porto Alegre como uma oportunidade de reafirmação.
— O Olimpia perdeu para uma equipe de pior qualidade na Venezuela, quando teve um jogador expulso. O Táchira gerou muitos problemas. Na segunda partida (contra o Always Ready), começou perdendo até que finalmente, com gols dos veteranos, chegou a vitória. O Olimpia sabe que precisa fazer uma boa participação na Libertadores e dá a impressão de que terá a maior força possível na partida em Porto Alegre — contou Gabriel Cazenave.
Como joga
O ponto forte do Olimpia é a experiência do elenco, que conta com jogadores como Richard Ortiz, Alejandro Silva e Roque Santa Cruz, todos acima dos 30 anos. O esquema utilizado por Orteman é o 4-4-2. A aposta é por um jogo que valoriza a posse de bola, com avanços pelos lados do campo, especialmente com Silva na direita.
Jorge Recalde, com sete gols em 13 jogos, é o destaque do time em 2021. Ele, inclusive, ficou no banco de reservas na derrota contra o Cerro Porteño, indo a campo apenas na etapa final. Derlis González, que atua tanto pela ponta direita quanto na esquerda, recém recuperado de uma grave lesão no joelho, voltou aos gramados no sábado e pode fazer parte do grupo que virá a Porto Alegre para o confronto com o Inter.
Pontos fracos
O maior problema que o time do Olimpia tem apresentado sob o comando de Orteman é a falta de velocidade, principalmente no meio-campo. Com um trabalho ainda no início, o treinador não conseguiu ainda aplicar os conceitos que buscam melhorar o trabalho da equipe com a bola. Outro ponto é a questão física dos jogadores. Caso de Richard Ortiz, figura importante no time, mas que tem sentido o acúmulo de jogos.
— O problema principal do Olimpia é a lentidão no meio-campo. É muito fácil que os rivais se sobreponham neste setor. É por aí que nasce a grande dificuldade da equipe. Ortiz é um jogador com muita coragem, mas sente o rigor de jogar tantas partidas. É possível que possa jogar em Porto Alegre, justamente no meio-campo, onde o Olimpia está padecendo — concluiu Gabriel Cazenave.
Olimpia na temporada de 2021
- 16 jogos
- 9 vitórias
- 2 empates
- 5 derrotas
- 28 gols feitos (1,75 por jogo)
- 20 gols sofridos (1,25 por jogo)